Críticas e Propostas
Nesta quinta-feira, 10 de julho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou sobre a nova taxação de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros. Em suas publicações na plataforma X, ele argumentou que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não tem capacidade para solucionar essa questão. Segundo Eduardo, a pressão sobre Jair não trará resultados, e o problema, de acordo com ele, tem suas raízes no ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
“O presidente Jair Bolsonaro não pode resolver a tarifa-Moraes. Botar pressão nele ajudará absolutamente 0% na solução do imbróglio”, disparou o deputado. Eduardo defendeu que a responsabilidade de resolver a situação recai sobre Moraes, que deveria agir para mudar essa realidade, ao invés de utilizar a Polícia Federal para abordar parlamentares e seus familiares.
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Propostas de Solução
O parlamentar também comentou sobre possíveis soluções para a crise, sugerindo que o Congresso Nacional deveria aprovar uma anistia ampla. Essa medida, segundo ele, poderia ser vista como um sinal de maturidade e disposição para dialogar com os Estados Unidos, a maior potência econômica do mundo. “Seria um excelente sinal de moderação, de quem é maduro e quer sentar e aproveitar a oportunidade para dialogar”, afirmou.
Além disso, Eduardo Bolsonaro fez menção à Lei Magnitsky, uma legislação americana que permite a aplicação de sanções a indivíduos acusados de corrupção ou violação de direitos humanos. “Se a Lei Magnitsky for aplicada, ela será contra quem? Lula ou Moraes? Então, quem é o verdadeiro responsável pela ‘tarifa-Moraes’?”, questionou.
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Contexto da tarifa Americana
As declarações de Eduardo surgem um dia após Trump anunciar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor no dia 1º de agosto, conforme uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esta é uma escalada em relação a uma tarifa de 10% já imposta em abril. O presidente americano justificou a nova taxação como uma resposta a “ataques insidiosos” contra as eleições brasileiras e ao cenário que envolve Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado.
Eduardo Bolsonaro classifica a decisão dos EUA como um reflexo direto da atual situação institucional do Brasil. “O relacionamento comercial, diplomático e institucional com o Brasil deixou de ser equilibrado e benéfico aos EUA. E precisa ser reavaliado à luz dos abusos cometidos por seus dirigentes”, comentou em nota. Ele ainda defendeu que Moraes age com o suporte de um setor político e empresarial que endossa sua postura autoritária, resultando na criação da “tarifa-Moraes”, que começará a impactar as empresas brasileiras em agosto.
Conflito com o STF
Vale lembrar que, em recente manifestação, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que Eduardo Bolsonaro está constantemente tentando interferir e embaraçar o andamento da ação penal em que seu pai é réu. De acordo com um despacho do ministro, uma postagem feita por Eduardo em 29 de junho, durante uma manifestação do ex-presidente na Avenida Paulista, evidencia sua tentativa de influenciar o processo legal que envolve Jair Bolsonaro, o qual enfrenta cinco acusações, incluindo a de tentativa de golpe de Estado.