Eduardo Bolsonaro Critica Comitiva do Senado
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se manifestou nesta segunda-feira, 28, afirmando que ele não acredita no sucesso da comitiva do Senado, que partiu rumo aos Estados Unidos com a missão de negociar a sobretaxa de 50% aplicada a produtos brasileiros. Durante uma entrevista ao SBT News, ele declarou: ‘Eu trabalho para que eles não encontrem diálogo’.
A comitiva é composta por oito senadores de diferentes partidos e iniciou suas atividades nos EUA nesta segunda-feira. O grupo já se reuniu com representantes do setor privado em Washington e está tentando encontrar autoridades do governo americano para discutir maneiras de atrasar ou até reverter a taxação que afeta produtos nacionais.
Apesar das boas intenções da delegação, Eduardo Bolsonaro acredita que eles enfrentarão dificuldades em encontrar representantes de alta relevância na Casa Branca e considera a missão ‘fadada ao fracasso’. Segundo o deputado, a problemática em torno das tarifas não pode ser vista apenas sob a ótica econômica: ‘O que enfrentamos é uma crise institucional, um desafio dentro do Judiciário e um problema político, não apenas econômico’, enfatizou.
Ele acredita que, se o Brasil demonstrar disposição para resolver a situação, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, estaria aberto a negociações. O deputado mencionou que a abordagem dos senadores, centrada exclusivamente no aspecto comercial, ignora o que Trump já deixou claro em suas declarações públicas: a questão é essencialmente institucional. ‘Essa perspectiva exclusivamente comercial alimenta esperanças nas autoridades, especialmente dentro do Judiciário, de que existe algum tipo de compromisso’, afirmou.
Eduardo Bolsonaro Defende Sanções e Anistia
Em uma reviravolta nas suas declarações, Eduardo também expressou a necessidade de utilizar sanções como uma forma de pressionar o Congresso Nacional a conceder anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado, incluindo seu pai. Essa proposta levanta questionamentos sobre a relação entre a política interna brasileira e as decisões que envolvem tarifas e comércio internacional.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, fez um apelo a Trump, pedindo que o líder americano refletisse sobre a importância do Brasil nas relações internacionais. ‘A gente não quer briga, quer negociar’, declarou Lula, indicando que a diplomacia deve prevalecer sobre a hostilidade.
Trump, ao comunicar o aumento das taxas, afirmou que ‘o modo como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado, é uma desgraça internacional’ e pediu que as investigações em curso contra o ex-presidente fossem encerradas. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, participou da reunião onde o assunto do tarifaço foi discutido.
O deputado acredita que a missão do Senado deve ‘prolongar o sacrifício dos brasileiros’ se não apresentar uma proposta de anistia. Ele também é categórico ao afirmar que as tarifas não devem ser adiadas, já que, segundo ele, ‘o Brasil tem sido ineficiente em dar a resposta’ exigida pelo governo dos Estados Unidos.