**dólar em queda: Menor Cotação do Ano e Impactos do Cenário global**
SÃO PAULO – O dólar encerrou a segunda-feira com uma significativa desvalorização em relação ao real, fechando abaixo da marca de R$5,50, o que representa a menor cotação desde 2025. Esse movimento, que se alinha com a tendência global de queda da moeda americana, ocorre em um contexto onde os investidores monitoram atentamente os desdobramentos do conflito entre Israel e Irã, ao mesmo tempo em que se preparam para as decisões de políticas monetárias que serão anunciadas pelos bancos centrais nesta semana.
O fechamento do dólar à vista foi de R$5,4871, uma redução de 0,98% em comparação ao dia anterior. Este é o menor valor registrado desde 7 de outubro do ano passado, quando a moeda atingiu R$5,4865. Além disso, é a primeira vez em 2025 que a divisa encerra a sessão abaixo de R$5,50, consolidando uma desvalorização acumulada de 11,20% no ano.
No mercado futuro, o dólar para julho, que é o contrato mais negociado na B3, viu uma queda de 1,16%, fechando a R$5,5040. O dia teve início com dados econômicos otimistas vindos da China, onde as vendas do varejo cresceram 6,4% em maio em comparação a abril, superando as expectativas que eram de 5,0%. A produção industrial também apresentou um avanço de 5,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior, embora tenha ficado ligeiramente abaixo da previsão de 5,9%.
Apesar das preocupações contínuas sobre a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, os dados positivos da economia chinesa contribuíram para fortalecer várias moedas de nações exportadoras de commodities. Esse movimento foi ainda mais impulsionado pela queda nos preços do petróleo, que recuaram aproximadamente 2% durante a tarde nos mercados internacionais.
Em um cenário global marcado pela cautela, os investidores continuaram atentos aos desdobramentos do conflito Israel-Irã, especialmente com relatos de que o Irã estaria buscando um cessar-fogo. Essa situação global levou a uma tendência de baixa do dólar, que permaneceu em território negativo ao longo de todo o dia no brasil, variando entre uma máxima de R$5,5385, com uma leve queda de 0,05% às 9h06, e uma mínima de R$5,4856, com uma redução de 1,01% às 16h49.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, resumiu as causas dessa desvalorização: “O recuo da moeda americana frente a pares globais, impulsionado por dados mais fracos da indústria nos EUA e indicadores positivos da China, aliado à queda do petróleo com sinais de otimismo vindo do Oriente Médio, criou um ambiente propício ao aumento do apetite por risco”.
Os investidores também se preparavam para a “Super-Quarta”, dia em que tanto o Federal Reserve quanto o Banco Central do brasil anunciarão suas decisões sobre a taxa de juros. As expectativas de um possível aumento de 25 pontos-base na selic, que atualmente se encontra em 14,75% ao ano, estão amplamente precificadas pelo mercado. Essa percepção de que o brasil continuará sendo um destino atrativo para o capital estrangeiro está favorecendo a desvalorização do dólar em relação ao real.
No cenário internacional, a moeda americana continuava a registrar baixa no fim da tarde. O índice do dólar, que mede o desempenho da divisa frente a uma cesta de seis outras moedas, caiu 0,15%, alcançando 98,129. No que diz respeito à gestão cambial, o Banco Central do brasil, em sua operação diária de rolagem, vendeu a totalidade da oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional. Em uma operação adicional, o BC também vendeu US$1 bilhão em dois leilões de linha, que consistem na venda de dólares com o compromisso de recompra, como parte da estratégia de rolagem.
Com esse panorama, a expectativa é que o movimento de queda do dólar continue a ser influenciado por uma combinação de fatores locais e internacionais, refletindo um ambiente dinâmico e desafiador para os investidores.