**dólar sobe no Brasil e fecha em alta acima dos 5,70 reais, refletindo preocupações com a política fiscal do governo lula e as eleições nos EUA**
SÃO PAULO – O dólar encerrou a última sexta-feira em alta no Brasil, cotado um pouco acima de 5,70 reais, com o mercado demonstrando cautela diante das incertezas em relação à política fiscal do governo de Luiz Inácio lula da Silva e as possíveis consequências da vitória de Donald Trump nas próximas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Esse aumento na cotação da moeda norte-americana encerrou a semana com uma elevação acumulada de 0,11%, marcando a quarta semana consecutiva de alta do dólar em relação ao real. Esse movimento vem acompanhado de um avanço semanal semelhante da divisa dos EUA no mercado internacional.
Ao final do dia, o dólar à vista fechou com uma alta de 0,76%, sendo cotado a 5,7066 reais. Enquanto isso, na B3, o contrato de dólar futuro com primeiro vencimento registrou uma valorização de 0,71%, alcançando 5,7120 reais na venda às 17h11. Em um dia onde o ritmo do mercado foi relativamente tranquilo, tanto no Brasil quanto nos EUA, os investidores focaram em um cenário mais amplo para realizar suas operações.
Após declarações de alívio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que haviam gerado otimismo na véspera, os receios em relação às contas públicas voltaram a afetar os números na sexta-feira. Nos últimos dias, membros do governo reafirmaram o compromisso de anunciar medidas de contenção de gastos após as eleições municipais que acontecem neste próximo fim de semana. Enquanto isso, o mercado tem se mantido cauteloso, buscando segurança no dólar e exigindo maiores prêmios nos títulos de renda fixa.
Além das questões internas, o cenário externo também tem um papel significativo nas cotações atuais, especialmente com a possibilidade de Donald Trump derrotar a democrata Kamala Harris na eleição marcada para 5 de novembro. A expectativa de uma possível vitória de Trump é vista como um fator que pode provocar pressão inflacionária na economia dos EUA, refletindo diretamente nos rendimentos dos Treasuries, bem como nas taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no Brasil.
Na interrupção da negociação, o “fator Trump” voltou a impactar a alta do dólar no mercado externo, influenciado ainda por dados econômicos divulgados nos EUA. Durante todo o dia, a moeda americana oscilou, partindo de uma mínima de 5,6660 reais, com leve alta de 0,04%, às 9h00, até atingir uma máxima de 5,7139 reais, com um aumento de 0,89%, às 14h44.
O índice do dólar, que avalia o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas, também subiu 0,24%, fechando a 104,300. Esse movimento reforça a ideia de que os investidores estão cada vez mais atentos às flutuações do ambiente político e econômico tanto no Brasil quanto no exterior.
No cenário interno, o Banco Central promoveu a venda de 14.000 contratos de swap cambial tradicional em um leilão para a rolagem do vencimento programado para 2 de dezembro de 2024, vendendo todos os contratos disponíveis. Esse tipo de operação visa mitigar a volatilidade do câmbio e garantir maior estabilidade ao mercado financeiro.
Essas oscilações destacam a importância da análise contínua do cenário econômico, em meio a um contexto de incertezas políticas e financeiras. À medida que as eleições se aproximam tanto no Brasil quanto nos EUA, a atenção dos investidores permanece voltada às decisões que podem impactar as direções das moedas e a saúde das economias locais. A cautela se impõe como uma estratégia necessária na navegação por essas águas incertas, onde cada movimento pode ter consequências significativas nos mercados de câmbio e financeiro.