A Queda do dólar e o Crescimento do Ibovespa
O dia de quarta-feira (23/7) foi marcado por uma forte recuperação no mercado de ações, tanto no Brasil quanto no exterior. O dólar encerrou a sessão em queda, cotado a R$ 5,52, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), registrou uma alta significativa. Esse movimento é resultado dos primeiros acordos entre os Estados Unidos e os países afetados pelas tarifas comerciais impostas pela administração de Donald Trump, com os novos impostos previstos para entrar em vigor em 1º de agosto.
Na bolsa norte-americana, a onda de otimismo impulsionou os principais índices, que também viram suas cotações aumentarem. Um fenômeno semelhante ocorreu nas bolsas europeias e asiáticas, refletindo um clima de euforia nos mercados globais.
Expectativa em Relação ao Banco Central Europeu
Além disso, o mercado está ansioso pela reunião do Banco Central Europeu (BCE), que definirá a taxa básica de juros em uma sessão marcada para esta quinta-feira (24/7). Muitos investidores estão atentos a possíveis impactos que essa decisão pode ter nas economias europeia e global.
Cotação do dólar e Análise do Mercado
No fechamento do dia, o dólar apresentou uma queda de 0,8%, sendo negociado a R$ 5,522. Durante o pregão, a moeda chegou a atingir R$ 5,578, enquanto a mínima foi de R$ 5,516. Em comparação ao dia anterior, quando a moeda norte-americana fechou praticamente estável, com leve alta de 0,04% a R$ 5,56, a queda representa um movimento significativo. Ao longo do mês de julho, o dólar já acumula alta de 1,66%, mas apresenta perdas de 10,72% em relação ao real ao longo de 2025.
Ibovespa Registra Alta Expressiva
Por outro lado, o Ibovespa, que encerrou o pregão com um ganho de 1,1%, alcançou os 135,5 mil pontos. Na véspera, o índice praticamente não se alterou, subindo apenas 0,1% e fechando a 134 mil pontos. Apesar do bom desempenho, a Bolsa brasileira ainda acumula uma queda de 2,37% no mês, embora tenha se valorizado 12,53% no ano.
acordos comerciais e suas Implicações
Os acordos comerciais têm sido o grande destaque da economia internacional. O governo de Donald Trump anunciou recentemente um recuo nas tarifas impostas ao Japão, diminuindo a alíquota de 25% para 15%. O presidente descreveu o pacto como “gigantesco”, prevendo investimentos japoneses nos Estados Unidos na ordem de US$ 550 bilhões, com a maioria disso retornando aos cofres americanos. Trump destacou que o Japão também deverá abrir seu mercado para produtos como veículos e produtos agrícolas, o que deverá gerar centenas de milhares de empregos.
No início do mês, uma tarifa de 25% sobre produtos japoneses havia sido anunciada. Essa decisão, contudo, agora parece ter mudado, reforçando um clima de negociação e colaboração.
Movimentos na Política Tarifária Global
Além do Japão, a política tarifária norte-americana também afetou as relações com as Filipinas e a Indonésia, com as tarifas reduzidas de 20% para 19% e de 32% para 19%, respectivamente. No cenário europeu, as negociações entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) estão em curso, buscando uma redução das tarifas de 30% anunciadas para agosto.
Expectativas para o BCE e o Cenário Econômico
O BCE, por sua vez, se prepara para anunciar mudanças nas taxas de juros. Na última reunião, a taxa de depósito foi reduzida de 2,25% para 2%, e a de refinanciamento passou de 2,4% para 2,15%. Essas decisões são cruciais para o futuro econômico da Europa.
Análise de Especialistas sobre o Cenário Atual
André Valério, economista sênior do Banco Inter, explica que a desvalorização do dólar é um reflexo dos recentes acordos comerciais. Ele ressalta que isso aumenta o apetite por risco entre investidores, trazendo fluxo para moedas emergentes como o real. Contudo, Valério adverte que, apesar dos acordos serem bem-vindos e ajudar a distensionar o mercado, ainda existem incertezas quanto aos detalhes práticos e ao impacto dessas tarifas na economia americana, especialmente em relação à inflação e ao crescimento.