O X, plataforma de social media, voltou a ser acessado por usuários brasileiros na quarta-feira, 18 de setembro, apesar de um bloqueio ainda em vigor. A Associação Brasileira de Provedores de internet e Telecomunicações (Abrint) informou que, devido a uma atualização implementada na rede de elon musk, a plataforma agora está operando com endereços de IP associados ao serviço Cloudflare, o que dificultou um novo bloqueio.
Em uma declaração, a Abrint esclarece que a recente mudança nos endereços IP utilizados pelo X complica significativamente a possibilidade de sua suspensão. Antes da imposição da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que ordenou o bloqueio da rede social no brasil, a plataforma utilizava endereços de IP fixos e facilmente bloqueáveis. A mudança estratégica para IPs dinâmicos por meio da Cloudflare muda a dinâmica da situação e impõe novos desafios ao controle da plataforma.
O serviço Cloudflare é um proxy reverso em nuvem, que intercepta as solicitações recebidas de usuários antes de encaminhá-las aos servidores de destino. Essa tecnologia é amplamente utilizada por empresas que buscam proteger seus serviços online e otimizar sua performance. A Abrint ressalta que, com a utilização do Cloudflare pelo X, houve uma alteração nos endereços IP da rede social, conferindo maior resistência contra tentativas de bloqueio.
A constante mudança dos endereços virtuais dificulta a ação dos provedores de internet em relação ao bloqueio. A Abrint destaca que “impedir o acesso ao Cloudflare significaria barrar não apenas o X, mas também uma série de outras plataformas que dependem dessa infraestrutura, o que poderia ter um impacto negativo na internet como um todo”. Essa complexidade revela a interligação entre serviços digitais e ressalta a necessidade de uma abordagem mais estratégica no gerenciamento de bloqueios.
Além disso, a Abrint enfatiza que os provedores de internet não podem tomar decisões unilaterais sobre o bloqueio de serviços sem a orientação oficial da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As diretrizes a serem seguidas são fundamentais para garantir a ação coordenada e legal de provedores, evitando prejuízos a outros serviços digitais vitais para os usuários.
O bloqueio imposto por Alexandre de Moraes ocorreu após a plataforma não cumprir uma ordem judicial emitida em 28 de agosto, que exigia que indicasse um representante legal no brasil em um prazo de 24 horas. Como consequência, a rede social foi completamente desativada no território brasileiro a partir de 31 de agosto. Além disso, o ministro também decidiu bloquear as contas da Starlink no brasil como uma medida para assegurar o pagamento de multas aplicadas ao X por descumprimento de decisões do STF.
Embora haja uma situação de bloqueio, as empresas ligadas ao magnata elon musk, incluindo a Starlink e o X, efetivamente pagaram à União valores significativos, totalizando R$ 11 milhões pela Starlink e R$ 7,2 milhões pelo X. Após esses pagamentos, Alexandre de Moraes determinou o desbloqueio das contas e dos ativos financeiros da Starlink no país.
A reestruturação dos endereços IP, em conjunto com o compliance financeiro das empresas, reflete uma tentativa de normalização das operações do X no brasil. Essa situação complexa envolvendo a tecnologia de internet, legislações judiciárias e as estratégias comerciais apresentadas por plataformas digitais traz à tona questões importantes sobre a governança da internet e a proteção dos direitos dos usuários.
Diante desse cenário, a interação entre a tecnologia de redes e as decisões judiciais continua a evoluir, enfatizando a necessidade de um diálogo aberto entre o setor público e privado. Assim, o futuro do X no brasil será observado de perto, à medida que as mudanças nas operações e na legislação continuam a moldar o ambiente digital do país. Essa dinâmica é essencial para garantir um espaço online livre e seguro para todos os usuários.