No último domingo, dia 15, um incidente marcante ocorreu durante um debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, transmitido pela TV Cultura. Um vídeo com ângulo aberto revelou o momento em que o candidato José Luiz datena, do PSDB, deixou o púlpito e se dirigiu de forma agressiva ao concorrente Pablo marçal, do PRTB, ao tentar atacá-lo com uma cadeira. Além do arremesso inicial, datena também tentou lançar outra cadeira, mas foi contido pelo prefeito Ricardo Nunes, do MDB, e por seguranças presentes no evento.
Esse episódio de conflito não foi isolado, pois, assim que datena abandonou sua posição de debatedor, o candidato Guilherme Boulos, do PSOL, tentou interagir cordialmente estendendo a mão para datena, demonstrando uma tentativa de união em meio à tensão. Momentos antes da agressão, as candidatas Marina Helena, do Novo, e Tabata Amaral, do PSB, mostraram-se visivelmente alarmadas e rapidamente se afastaram da situação, evidenciando a gravidade do ocorrido.
A troca de palavras que precedeu o ataque foi recheada de acusações e tensões. No segundo bloco do debate, marçal confrontou datena sobre um processo de assédio sexual do qual o apresentador foi alvo. O candidato aludiu ao passado do tucano, insinuando que certos comportamentos lamentáveis estavam associados a ele, afirmando: “Os playboys da cidade de São Paulo não sabem o que eu vou falar agora, mas quem é da quebrada sabe. ‘Homem é homem, mulher é mulher, estuprador é diferente, né?’ Tem alguém aqui que é ‘jack’… que está aqui tirando onda, apoiando censura, mas é alguém que responde por assédio sexual”. A acusação gerou um clima de tensão no debate, e marçal foi categórico ao afirmar que a autoridade pública envolvida em tal situação deveria “dar pena”.
Por sua vez, datena reagiu com indignação às afirmações feitas por marçal, defendendo-se ao afirmar que as acusações não tinham consistência, uma vez que as investigações policiais não trouxeram provas e o Ministério Público decidiu arquivar o caso. Ele enfatizou que quem fez a acusação posteriormente se retratou, pedindo desculpas, e observou como essa situação impactou sua vida familiar, mencionando a morte de sua sogra, que enfrentou sérios problemas de saúde emocional em decorrência do caso.
A tensão entre os dois candidatos não se limitou a este debate. Uma confusão anterior já havia ocorrido durante uma apresentação na TV Gazeta em 1º de setembro. Naquela ocasião, datena saiu de seu lugar para confrontar marçal, mas foi rapidamente contido pela mediadora do debate. Após o incidente, marçal fez uma tentativa de reconciliar-se com datena, sugerindo um encontro para “marcar um café” e “fazer as pazes”, ao que o tucano se mostrou relutante e perplexo com a proposta.
Em reação ao tumulto ocorrido, a mediadora, Leão Serva, rapidamente cortou para comerciais. No retorno do programa, a produção anunciou a expulsão de datena por violar as regras do debate. Enquanto isso, marçal, que se sentiu mal durante a o confronto, deixou o local com dor e foi encaminhado a um hospital. Subsequentemente, a assessoria de marçal confirmou que ele sofreu uma fratura em uma das costelas, além de apresentar lesões em seu braço e inchaço nas mãos, fruto de sua tentativa de defesa durante o ataque.
Este episódio acirrou ainda mais o clima para as eleições em São Paulo, refletindo a crescente hostilidade e as emoções intensas que marcam os debates eleitorais contemporâneos. A forma como esses confrontos se desenrolam pode influenciar não apenas a imagem dos candidatos, mas também moldar a percepção do público sobre o processo eleitoral em si. A dinâmica emocional e as rápidas trocas de acusações indicam uma disputa acirrada, onde cada gesto e palavra são cuidadosamente analisados pelos eleitores que buscam entender quem realmente se compromete a representar seus interesses na administração pública. O desenrolar desta história promete agitar ainda mais o cenário político da capital paulista conforme se aproxima o dia da votação.