MUMBAI – O mercado de óleo comestível na Índia projeta um crescimento moderado entre 2% e 3% para o ano comercial de 2024-2025. Essa expectativa surge em um contexto onde os preços dos óleos de cozinha permanecem acessíveis, mesmo diante do recente aumento nas taxas de importação imposto pelo governo indiano. Em uma fala exclusiva a um importante veículo de comunicação, um dos principais importadores destacou que, enquanto as tarifas aumentaram, a acessibilidade dos produtos continua a atrair consumidores, especialmente com a chegada da alta temporada de festividades.
Na última sexta-feira, o governo de Nova Délhi implementou um aumento significativo, de 20 pontos percentuais, no imposto básico de importação sobre óleos vegetais, tanto brutos quanto refinados. Essa medida tem como objetivo principal apoiar os agricultores locais, que enfrentam desafios com os preços em baixa das sementes oleaginosas. Sanjeev Asthana, diretor executivo da Patanjali Foods Ltd, afirmou que, apesar da elevação no imposto, a demanda por óleos comestíveis se manterá robusta, já que os consumidores estão cada vez mais inclinados a utilizar esses produtos na culinária diária, especialmente em um país com uma população crescente e em rápido desenvolvimento.
A Índia se destaca como o maior importador global de óleos vegetais, satisfaço cerca de 70% de sua demanda através de compras externas. O país adquiri óleo de palma principalmente da Indonésia, Malásia e Tailândia. Além disso, também importa óleo de soja e girassol de países como argentina, brasil, Rússia e Ucrânia. Para o ano agrícola de 2024-2025, espera-se que as importações de óleo de palma da Índia fiquem entre 9 e 10 milhões de toneladas, representando uma leve alta em relação aos cerca de 9 milhões de toneladas do ano anterior. Essa recuperação é esperada depois que o óleo de palma perdeu mercado para o óleo de girassol, em parte devido a um prêmio de preços mais elevado.
O relatório também aponta que há um aumento considerável nas importações de óleo de girassol, impulsionado por preços competitivos neste ano. Com as projeções para o próximo ano, é previsto que as importações de óleo de girassol retornem à média histórica de 3 milhões de toneladas, uma diminuição em relação ao recorde previsto de 3,6 milhões de toneladas para o ano atual. Essa flutuação está diretamente ligada ao apetite do mercado por opções que atendam à demanda a preços acessíveis.
O impacto do clima global também não pode ser ignorado, com as safras de óleo de soja na Rússia e na Ucrânia exercendo pressão sobre os preços, tornando este tipo de óleo cada vez mais competitivo. Para o próximo ano, as importações de óleo de soja devem se estabilizar em torno de 3 milhões de toneladas, mantendo-se no mesmo patamar do ano corrente. No que diz respeito ao mercado interno, a previsão é de que a safra de soja da Índia aumente para 11 milhões de toneladas em 2024, um incremento em relação às 10 milhões de toneladas do ano anterior, sempre que as condições climáticas continuem favoráveis nas semanas seguintes.
Em suma, a evolução do consumo de óleos comestíveis na Índia será influenciada por diversos fatores, incluindo decisões governamentais sobre impostos de importação, condições de mercado global e flutuações nas safra interna. À medida que a temporada de festivais se aproxima, as expectativas permanecem altas, com a certeza de que a demanda por óleos de cozinha continuará a desempenhar um papel crucial na economia rural e na cultura alimentar indiana. O cenário, portanto, sugere um futuro próximo promissor para o setor, mesmo com os desafios que surgem de um mercado global em constante mudança.