O Parlamento da Coreia do Sul aprovou, de forma unânime, o impeachment do presidente interino Han Duck-soo, exacerbando uma crise política já profunda no país e comprometendo sua imagem no cenário internacional. A Assembleia Nacional, dominada pelo principal partido de oposição, o Partido Democrata, decidiu pela moção de impeachment em uma votação histórica que resultou em 192 votos a favor e nenhum contra. Composta por 300 membros, a câmara foi marcada pela ausência deliberada dos parlamentares do partido governante, o Poder Popular (PPP), que boicotaram a sessão realizada nesta quinta-feira, 27 de dezembro.
Com o afastamento de Han Duck-soo, a Coreia do Sul enfrenta a necessidade de descer na sua hierarquia política para encontrar um novo líder. Conformidade com a legislação vigente, o cargo de presidente interino agora será ocupado pelo ministro das Finanças, Choi Sang-mok, que assume em meio a um cenário de instabilidade. Informações da imprensa internacional indicam que a situação política do país se torna cada vez mais delicada, exigindo não apenas uma rápida resolução, mas também um forte plano de ação para restaurar a confiança popular e internacional.
Han Duck-soo assumiu o cargo de presidente interino após o impeachment de seu antecessor, Yoon Suk Yeol, que ocorreu em decorrência da aplicação questionável da lei marcial em 3 de dezembro. Esse episódio resultou em uma situação de caos que, para muitos cidadãos sul-coreanos mais velhos, reviveu lembranças vívidas da turbulenta transição da Coreia do Sul de um regime militar para um governo democrático nos anos 80. O impacto emocional desse período é profundo e ressoa até os dias de hoje, evidenciando a importância da estabilidade econômica e democrática no país.
A oposição, liderada pelo Partido Democrata, intensificou sua crítica a Han, acusando-o de estar envolvido na infame implementação da lei marcial proposta por Yoon. Esse decreto foi eventualmente declarado nulo depois que parlamentares da oposição tomaram a iniciativa de invadir o Parlamento para garantir sua revogação. Essa coalizão entre os partidos de oposição foi fundamental para o impeachment de Yoon, que foi deposto há apenas quinze dias.
A tensão política aumentou ainda mais quando Han, descontentando os parlamentares da oposição, se recusou a indicar imediatamente três juízes para preencher lacunas no tribunal constitucional – um corpo que terá a responsabilidade de deliberar sobre o futuro político de Yoon. A justificativa de Han foi que tal ação ultrapassaria seus poderes enquanto presidente interino, um argumento que não foi bem recebido pelos seus críticos.
A votação que culminou na queda de Han ocorreu no mesmo dia em que o tribunal constitucional deu início à análise de um caso crucial que questiona se o impeachment de Yoon deve ser anulado, permitindo seu retorno ao cargo ou sua destituição definitiva. Este processo judicial é vital para a próxima fase política da Coreia do Sul, uma vez que a decisão deve ser proferida dentro de um prazo que pode se estender por até 180 dias. Para que a decisão seja válida, será necessária uma maioria de dois terços dos votos.
A composição atual do tribunal, que enfrenta a falta de três juízes, complica ainda mais o cenário. Mesmo que a votação a favor do impeachment seja possível com os seis juízes ativos, qualquer voto contra pode frustrar as expectativas da oposição, reestabelecendo Yoon no cargo presidencial. Esse cenário legislativo e judicial reflete a fragilidade da situação política sul-coreana, exigindo monitoramento constante por parte dos cidadãos e das instituições.
A confiança dos sul-coreanos é agora colocada à prova enquanto o país se prepara para um novo capítulo de sua сложada história política. A luta por um governo estável, que priorize a democracia e o bem-estar da população, é mais importante do que nunca, e o desfecho desse embate político definirá o rumo da Coreia do Sul nos próximos anos.