Diante da percepção de que suas chances de avançar para o segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo são escassas, o candidato Pablo marçal (PRTB) tomou uma atitude ousada, que pode ser interpretada como sua última tentativa de reverter a situação, embora seja possível que esteja guardando outras estratégias em mente. Ele desafiou Luiz datena (PSDB) a lhe desferir um golpe, e o resultado foi uma cena inesperada: datena, em resposta, atingiu marçal com uma cadeira. marçal tentou se proteger da agressão utilizando os braços, mas o incidente levou à suspensão do debate transmitido pela TV Cultura de São Paulo.
Após alguns minutos, quando o debate foi retomado, tanto datena quanto marçal não estavam mais presentes no palco. datena foi expulso e saiu afirmando que não se arrependeu de suas ações. Por sua vez, marçal deixou o local do debate e dirigiu-se imediatamente a um hospital. A equipe de assessoria do candidato relatou que ele apresentava dificuldades respiratórias e poderia ter sofrido uma lesão no tórax. Enquanto isso, a assessoria de datena compartilhou uma imagem do momento da agressão nas redes sociais, acompanhada da mensagem: “Prefeito SP – datena 45 – Esse já provou que faz”.
marçal não hesitou em reagir a essa provocação nas redes sociais. Em uma postagem no Instagram, ele comparou a cadeirada que recebeu a eventos de violência que marcaram figuras políticas, como a facada sofrida por Bolsonaro e o disparo que feriu a orelha de donald trump, ex-presidente dos Estados Unidos. Posteriormente, marçal publicou uma foto de sua situação dentro da ambulância, a caminho do renomado hospital Sírio-Libanês, e outra dele internado, coberto por um lençol até o pescoço.
Com a ausência de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, marçal se vê obrigado a gerar factóides para permanecer na pauta do público. E, em um contexto de aumento de tensão, a parceria com datena resultou em um novo episódio polêmico. O candidato tem seguido uma linha de ataque inspirada em uma famosa citação atribuída a Roy Cohn, ex-consultor de presidentes americanos, que dizia: “Atacar, atacar, atacar, não admitir nada, negar tudo e sempre declarar vitória”. Desde sua candidatura, essa tem sido a tática de marçal, que, no início, pareceu trazer resultados favoráveis para ele.
marçal não hesitou em utilizar momentos delicados de outros candidatos como instrumentos de ataque. Ele insinuou que a deputada Tabata Amaral (PSB) não estava presente na época do suicídio de seu pai, uma afirmação que foi prontamente refutada. Em debates anteriores, ele desferiu ofensas contra Guilherme boulos (PSOL), chamando-o de “cheirador de pó”, uma acusação sem fundamento. E atacou Ricardo nunes (MDB) repetidamente, referindo-se a ele de forma pejorativa como “Bananinha”.
Durante o debate na TV Cultura, marçal se excedeu nas provocações e perguntou a nunes se ele havia agredido sua esposa, tentando deslegitimar sua figura como líder. Em um momento similar, questionou datena sobre denúncias de assédio sexual, à qual datena respondeu alegando que a acusação havia sido arquivada, mas ressaltou que isso teve graves consequências para sua família, resultando em três AVCs e a morte de sua sogra. marçal, no entanto, insistiu nas provocações, desafiando datena a agir de forma mais agressiva em vez de se contentar com apenas palavras.
A mudança de foco de marçal, que antes buscava um embate direto com boulos e nunes, levou-o a escolher datena como seu oponente no debate, resultando em uma situação de alta tensão. Ao buscar delíquios na forma de uma suposta agressão, ele acabou recebendo um golpe real, que pode não trazer o retorno esperado em forma de votos. Embora datena seja visto nas pesquisas como um candidato de quinto lugar, sua postura parece indicar que ele não teme mais consequências.
Ressaltamos que a violência, seja física ou verbal, não é uma forma aceitável de disputa e serve apenas para deslegitimar a essência da política. Isso é ainda mais preocupante para figuras públicas que aspiram a cargos de responsabilidade. É desejável que o eleitorado reaja a essa postura, punindo tais comportamentos e buscando um cenário político pautado pelo respeito e pela civilidade.