A aviação brasileira, reconhecida por sua segurança, desempenha um papel crucial na integração das diversas cidades do país, especialmente quando se fala dos voos regionais. Esse ponto de vista é defendido pelo deputado Nelson Fernando Padovani, do União-PR, que ocupa a posição de relator na comissão externa da Câmara dos Deputados responsável por investigar o trágico acidente de avião da VoePass. Em uma conversa esclarecedora com o CB.Poder, uma colaboração entre o Correio e a TV Brasília, Padovani detalhou os próximos passos do grupo. O foco da comissão é descobrir as causas do acidente e apresentar soluções que tornem a aviação no Brasil a mais segura da América Latina.
Durante a entrevista, Padovani fez um apelo para a conscientização sobre a segurança da aviação brasileira, ressaltando a importância de reconhecer que, mesmo em momentos de tragédia, os dados estatísticos indicam que um em cada 80 milhões de voos resulta em fatalidades ao longo de uma década. Isso, segundo o deputado, é uma prova da eficácia dos sistemas de segurança. Ele se lembrou do acidente que envolveu o voo da VoePass, ressaltando que a cidade de Cascavel, onde ele nasceu, sentiu profundamente a perda, com 62 vítimas, sendo 21 delas moradores da localidade. Para Padovani, o objetivo da comissão não é apontar culpados, mas sim buscar soluções para garantir que a aviação se torne mais acessível e segura para a classe média e as camadas mais baixas da população brasileira.
A aviação regional, conforme comentou o deputado, não é apenas segura, mas fundamental para a conexão entre cidades afastadas e regiões mais carentes de infraestrutura. Ele enfatizou a necessidade de investimentos em equipamentos aeroportuários e na introdução de mais companhias aéreas operando no Brasil. O deputado citou várias regiões que ainda exigem melhorias nesses serviços, como o interior de estados como Mato Grosso, Rondônia, Acre e outros. Essa demanda é significante, já que as maiores concentrações de pessoas e oportunidades estão nos grandes centros urbanos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Ao discutir o plano de trabalho da comissão, Padovani explicou que envolve a colaboração dos Três Poderes da República. O Poder Executivo já está atuando, com a Defesa Civil e os serviços de saúde sendo mobilizados no auxílio aos atingidos pela tragédia. O Judiciário, por sua vez, também está realizando sua parte, enquanto cabe ao Legislativo propor novas legislações e investimentos no setor. Para isso, foi convocada uma série de audiências que incluirão a presença de autoridades de segurança do transporte aéreo, com o intuito de esclarecer os procedimentos antes e após o acidente.
A investigação busca também integrar informações de diversas fontes, como a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A ideia é montar um quebra-cabeça claro sobre o que ocorreu, discutindo se fatores como gelo nas asas do avião ou falhas nos equipamentos podem ter contribuído para a fatalidade. Padovani afirma que a questão da comunicação entre a torre de comando e a aeronave também necessita de atenção, visto que acidentes aéreos costumam ser resultado de uma combinação de fatores, e compreender cada um deles é vital.
Assim, a comissão se comprometia a elaborar um calendário para as medidas necessárias até fevereiro do próximo ano, com o objetivo de apresentar um relatório conclusivo sobre o caso. Se necessário, esse prazo pode ser estendido para março ou abril, garantindo que todas as informações sejam analisadas de forma abrangente e cuidadosa. O deputado finaliza reiterando que essa investigação é uma oportunidade para o Brasil melhorar ainda mais sua já respeitada segurança na aviação, e que soluções viáveis serão apresentadas, visando reduzir os custos e ampliar o acesso aos serviços aéreos em todo o país. A integração e o fortalecimento do transporte aéreo regional não são apenas um desejo, mas uma necessidade urgente para unir as diferentes regiões do Brasil, promovendo o desenvolvimento e a inclusão social por meio do transporte aéreo seguro e acessível.