**PEQUIM, 25 de outubro** – A china está prestes a atingir um marco significativo na produção de grãos, que deve ultrapassar impressionantes 700 milhões de toneladas métricas neste ano. Essa previsão foi divulgada por uma autoridade proeminente do Ministério da Agricultura, destacando a necessidade de esforços contínuos para assegurar o fornecimento estável de alimentos, essencial para a segurança alimentar do país. Este número representa um aumento de 0,7% em relação à safra de 2023, que foi de 695,41 milhões de toneladas, conforme os dados mais recentes do Escritório Nacional de Estatísticas.
Com uma população de aproximadamente 1,4 bilhão de pessoas, a china é o maior produtor mundial de grãos, mas ainda depende significativamente das importações, especialmente do Brasil e dos Estados Unidos, para atender à demanda alimentar. Nos últimos anos, o país intensificou seus investimentos em tecnologias agrícolas e melhoramento de sementes, numa clara estratégia para fortalecer sua autossuficiência alimentar e mitigar os riscos associados à dependência externa.
Zhang Xingwang, vice-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, assegurou que a produção de grãos na china manteve-se estável por nove anos consecutivos, superando a marca de 1,3 trilhão de jin (aproximadamente 650 milhões de toneladas). Para este ano, a previsão é ainda mais otimista, com uma projeção de que a produção ultrapasse 1,4 trilhão de jin (cerca de 700 milhões de toneladas) pela primeira vez na história do país, refletindo um empenho maior em fomentar a produtividade agrícola.
Entretanto, apesar desse avanço, a dependência das importações de soja continua a ser uma preocupação para as autoridades. Ainda há desafios a serem enfrentados no cultivo de milho, que se mostra abaixo das necessidades internas. Zhang enfatizou que, embora haja uma leve melhoria no equilíbrio entre oferta e demanda de alimentos no país, essa relação continua bastante apertada. Portanto, é crucial que os esforços para garantir um fornecimento confiável e seguro de grãos sejam intensificados, evitando qualquer relaxamento nas medidas atualmente em vigor.
Para maximizar a produtividade, o Ministério da Agricultura está trabalhando na seleção e no cultivo de variedades de soja com elevado conteúdo de óleo e rendimento otimizado. Além disso, o ministério planeja implementar novas políticas relacionadas a subsídios para o processamento de soja e aquisição de estoques, o que pode contribuir para uma maior estabilidade na oferta desse importante commodity.
Outra iniciativa relevante envolve a estatal Sinograin, que pretende ampliar a escala de sua compra de milho. Essa estratégia não apenas ajudará a garantir um mercado mais robusto para os agricultores, mas também incentivará o aumento da área plantada, beneficiando todo o setor agrícola.
No campo da carne, os preços da carne suína se mantiveram estáveis no quarto trimestre do ano, prevendo-se que as margens de lucro dos suinocultores permaneçam em um nível normal. A indústria da carne na china ainda se recupera dos altos preços registrados no ano passado, quando uma rápida expansão nas operações agrícolas, combinada com uma queda no consumo, levou a um excedente de produtos. A redução do efetivo de criação, uma resposta às flutuações de preços, parece ter surtido efeito, com o aumento do abate de porcos, gado de corte e gado leiteiro. O vice-ministro mencionou que a taxa de crescimento na criação de vacas leiteiras tem mostrado uma desaceleração.
O ministério continuará atento ao ritmo de produção, especialmente no segmento suinícola, uma vez que a maior eficiência nas porcas reprodutoras está resultando em um aumento na oferta de leitões no mercado. Essa dinâmica produtiva pode influenciar os preços nos próximos meses, exigindo um monitoramento constante. Em termos de dados atuais, a china contava com cerca de 40,62 milhões de porcas reprodutoras até o final de setembro, o que indica um potencial significativo para o setor.
Diante desse cenário, a expectativa é que a china mantenha seu foco em políticas agrícolas que assegurem não apenas a produção crescente de grãos, mas também a estabilidade e variedade na alimentação de sua vasta população, pontos cruciais para a segurança alimentar nacional.