Controladoria Geral do Estado se Pronuncia
A Controladoria Geral do Estado (CGE) de São Paulo anunciou que não há razões para investigar o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, devido à construção de uma casa de luxo em Porto Feliz, interior paulista. A obra, com custo estimado em pelo menos R$ 3 milhões, está sob os cuidados de um empreiteiro que afirma que o empresário Guilherme Moron é o responsável pelos pagamentos, conforme reportado pelo Metrópoles.
A resposta da CGE surgiu após questionamentos do deputado estadual Antonio Donato (PT), que solicitou ao órgão se havia sido identificada alguma incompatibilidade com a renda declarada por Derrite ou possível conflito de interesses. Em sua defesa, a CGE destacou que a reportagem não apresentou indícios que justificassem uma verificação patrimonial.
Donato ainda questionou a relação entre o secretário e os empresários Sergio Comolatti e José Romano Netto, ambos com atuações em setores que interagem com o público. Vale lembrar que, no ano passado, Derrite utilizou um avião da companhia de um dos envolvidos para viajar de Brasília a São Paulo.
Romano também ocupa uma posição no conselho de administração da Mondopass S.A., que está diretamente ligada à Autopass, responsável pela bilhetagem do transporte público na Grande São Paulo. A CGE reforçou que não existem investigações sobre possíveis conflitos de interesse devido à falta de informações concretas relacionadas à denúncia.
Além disso, a CGE sublinhou que uma simples amizade entre um agente público e empresários com contratos com o Governo do Estado não é, por si só, um indicativo de conflito de interesses.
Detalhes sobre a Construção da Casa de R$ 3 Milhões
O empreiteiro Genilton Mota, proprietário da Construtora Mota, esclareceu ao Metrópoles que os pagamentos da construção são feitos em coordenação com Guilherme Moron Peres Trindade, conhecido como Gui Moron. Ele é conhecido por organizar grandes eventos no interior e frequentemente é visto em reuniões com Derrite e outros empresários aliados ao governo. Em 2023, Moron recebeu uma condecoração de Derrite, uma medalha da Polícia Militar.
Durante uma conversa telefônica, Mota afirmou: “Os pagamentos são alinhados com o amigo dele, e quem faz o pagamento para nós, mediante nota, é ele, certinho”. Quando questionado se referia a Moron, o empreiteiro confirmou: “É, o Gui Moron. Faço a nota pra ele certinho, bonitinho. Ele faz o pagamento ali”.
Pronunciamento da Secretaria de Segurança Pública
Em resposta às alegações, a Secretaria da Segurança Pública informou que “o empresário Guilherme Moron nunca custeou qualquer valor referente à construção do imóvel do secretário Guilherme Derrite”. Segundo a nota oficial, “a obra está sendo paga exclusivamente com recursos próprios do secretário, oriundos da venda de um apartamento de sua propriedade e de seus rendimentos mensais. Todos os pagamentos são realizados diretamente por Derrite, via transferências bancárias, e estão devidamente registrados em seu Imposto de Renda”.
Adicionalmente, a pasta esclareceu que “o empresário Guilherme Moron é apenas um cliente da construtora responsável pela obra e, por já ter experiência anterior com a empresa, a indicou ao secretário”.