Na manhã de domingo, 15 de setembro, um novo míssil hipersônico balístico, desenvolvido pelo grupo rebelde houthis do Iêmen, alcançou um marco significativo ao percorrer 2.000 quilômetros em pouco mais de dez minutos. O ataque representou um momento inédito na geopolítica da região, já que o míssil atingiu o centro de israel, mas, felizmente, não resultou em feridos. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se manifestou de forma contundente, afirmando que o país exigirá um “preço alto” dos houthis por esta agressão.
De acordo com um porta-voz dos houthis, o novo sistema de mísseis é parte de uma estratégia expandida do grupo, que tem intensificado suas operações desde o início da guerra na Faixa de gaza. Inicialmente, autoridades israelenses relataram que o míssil havia caído em uma área não habitada, mas posteriormente acrescentaram que o projétil provavelmente se fragmentou no ar após a tentativa de interceptação. Além do incidente com o míssil, os militares israelenses informaram que o país também recebeu cerca de 40 outros projéteis disparados do Líbano, dos quais todos foram interceptados ou caíram em regiões sem risco para civis.
Durante uma reunião com membros de seu governo, Netanyahu comentou sobre a série de ataques que israel tem sofrido, classificando uma intensa campanha militar contra o que ele denomina como o “eixo do mal”, liderado pelo Irã, que busca a desestabilização de israel. Ele reforçou que qualquer tentativa de ataque por parte dos houthis enfrentará uma resposta severa. Netanyahu relembrou um ataque israelense em julho ao porto de Hodeida, que resultou na morte de seis pessoas e ferimentos em outros 80, como uma consequente retaliação a um ataque anterior do grupo que teve como alvo Tel Aviv, resultando na morte de um civil e ferindo quatro.
As tensões regionais têm se intensificado desde o início do conflito na Faixa de gaza, que começou após um ataque do Hamas a israel em 7 de outubro. Os houthis alegam agir em solidariedade com a causa palestina, e desde então, têm lançado mísseis e drones em direção a israel. Além disso, o grupo rebelde tem se envolvido em ataques contra navios comerciais que transitam pelo Mar Vermelho, apesar de a maioria das embarcações não estar ligada a israel.
O Irã e aliados, como o Hezbollah, têm intensificado suas operações contra israel, levando o país a respostas militares. Este ciclo de ataques e retaliações tem potencial para transformar a situação em um conflito mais abrangente, elevando as tensões ao redor da fronteira entre israel e Líbano a níveis alarmantes, resultando na necessidade de deslocamento de dezenas de milhares de civis.
Ainda neste contexto de turbulência, neste mesmo domingo, o Exército israelense anunciou que há uma “alta probabilidade” de que três reféns, sequestrados pelo Hamas em gaza durante o ataque de 7 de outubro, tenham sido mortos em um ataque aéreo realizado pelas próprias forças israelenses em novembro, que também resultou na morte de um líder importante do Hamas. Os corpos dos reféns foram recuperados em dezembro, levantando questões sobre a segurança e as operações militarizadas que caracterizam a atual dinâmica de conflito na região.
A situação permanece volátil e a comunidade internacional observa com preocupação o desenrolar dos acontecimentos. A escalada das hostilidades e os repetidos ataques entre os grupos militantes e as forças israelenses estão criando um cenário cada vez mais caótico, com riscos não apenas para a segurança israelense, mas para a estabilidade de toda a região. O futuro das relações entre israel e os houthis, bem como suas repercussões geopolíticas, continua incerto, mas o significado do recente ataque de míssil sublinha a complexidade dos desafios que os líderes da região enfrentam na busca por paz e segurança.