O índice de preços da Ceagesp, que mede as oscilações dos valores praticados em produtos hortifrutigranjeiros, apresentou um incremento de 2,42% em setembro em comparação ao mês anterior, interrompendo uma sequência de quatro meses de queda. No mês de agosto, a variação foi negativa, com uma redução de 0,55%. Apesar desse aumento recente, o índice ainda acumula uma baixa de 2,47% desde o início do ano, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, o indicador revela uma elevação expressiva de 11,15%.
A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), responsável pela análise desses dados, destacou que o setor de Verduras foi um dos principais protagonistas nesse cenário, já que, mesmo enfrentando altas temperaturas e condições climáticas secas, registrou uma redução significativa nos preços ao longo do último mês. Desde maio, esse segmento já acumula sucessivas variações negativas, tornando-se o grupo que apresenta as maiores quedas de preço, tanto no acumulado anual quanto na comparação dos últimos 12 meses.
Outra categoria que se destacou foi a de Frutas, a qual registrou um crescimento de 4,50% em setembro, superando a variação de 3,40% observada em agosto. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, o setor de Frutas tinha uma variação de 5,82%. No acumulado deste ano, o setor de Frutas já acumula um aumento de 4,62%, e em um olhar mais amplo de 12 meses, os preços subiram expressivos 14,66%. Dentre os 48 produtos analisados, mais da metade, precisamente 56%, viu seus preços aumentarem. As frutas que mais se valorizaram incluíram o maracujá azedo, que subiu incríveis 62,20%, seguido pelo limão taiti (+57,69%), a laranja lima (+25,01%), o melão amarelo (+19,96%) e a laranja pera (+15,94%). Por outro lado, produtos como o mamão havaí e a manga tommy atkins tiveram boas quedas, com variações de -33,03% e -30,44%, respectivamente.
No que diz respeito ao setor de Legumes, observou-se uma elevação de 1,58%, contrastando com uma variação negativa de -0,74% registrada no mês anterior. Comparando com o mesmo período do ano passado, este setor teve uma variação de -2,48%. No cenário acumulado, os legumes apresentam uma queda de 14,20% no ano, mas um pequeno aumento de 0,24% nos últimos 12 meses. Dentre os 32 produtos cotados nessa categoria, 63% apresentaram crescimento de preços. Os destaques de alta foram registrados em itens como inhame (+48,54%), jiló (+46,09%) e pimentão verde (+38,03%). Em contrapartida, produtos como o pimentão vermelho e a vagem macarrão tiveram grandes quedas, com -32,63% e -27,10% respectivamente.
O setor de Verduras também não saiu ileso a essas oscilações, apresentando uma queda de 8,74% em setembro, em contraste com a variação negativa de 6,44% que enfrentou no mês anterior. Olhando para o mesmo mês do ano passado, a variação foi de -4,44%. No total, o setor acumulou uma impressionante queda de 32,25% em 2023 e -6,12% em uma análise de 12 meses. Dos 39 itens analisados, uma maior parte (85%) teve redução de preço, com destaque para o almeirão comum (-32,76%) e a couve-flor (-27,64%). As maiores altas na categoria foram registradas em salsa (+29,06%) e manjericão (+8,08%).
Com relação ao setor de Diversos, uma queda de 4,16% foi observada, contrastando com uma variação negativa anterior de 18,02%. Em relação ao ano passado, a variação foi de -3,44%. O acumulado deste ano ficou em -4,42%, mas em um olhar de 12 meses, os preços apresentaram uma queda significativa de 29,79%. Dos 11 itens nesta categoria, a maioria (73%) viu seus preços caírem, sendo as reduções mais expressivas em cebola nacional (-17,53%) e ovos de codorna (-8,42%). Por outro lado, algumas categorias de produtos, como coque seco, tiveram altas.
Por fim, o setor de Pescados mostrou um ligeiro aumento de 2,12%, revertendo a queda negativa de 2,39% observada anteriormente. Em contrapartida ao mesmo período do ano passado, a variação foi positiva, alcançando 4,30%. No total, o setor acumulou uma leve queda de 1,52% este ano e uma redução de 0,23% nos últimos 12 meses. Dentre os 28 itens analisados, 50% apresentaram aumentos de preço, com o abrótea (+26,67%) e polvo (+21,29%) se destacando. Contudo, o setor também não escapou de queda em alguns itens, como a curimba (-22,90%) e a sardinha lages (-16,47%).
As oscilações de preços observadas pela Ceagesp revelam não apenas as flutuações de mercado, mas também refletem a complexidade e a dinâmica dos setores agrícolas e alimentares, que são essenciais para a economia. Manter-se informado sobre essas tendências é fundamental para produtores e consumidores envolvidos no ciclo do agronegócio.