Um capitão da reserva do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal (CBMDF) foi detido pela Polícia Civil, nesta terça-feira, 17 de dezembro, em um caso alarmante que envolve suspeitas de abuso sexual prolongado. O militar, de 59 anos, é acusado de ter cometido abusos sexuais contra a própria filha por mais de vinte anos, tendo iniciado os atos quando a filha tinha apenas seis anos, e continuado até que ela completasse 27 anos. A gravidade da situação se intensifica com as alegações de que os netos do capitão, com idades de 9 e 10 anos, também teriam sido vítimas de suas ações abusivas.
As investigações revelam que o abuso contra a filha começou de forma terrível e se estendeu por quase três décadas. De acordo com as denúncias, os crimes contra as crianças ocorreram por um período de quatro anos, culminando em uma série de relatos constrangedores e dolorosos. O ciclo de violência parece ter encontrado um fim em abril de 2023, quando a filha do acusado decidiu buscar ajuda e fez uma denúncia formal na Delegacia Especial de Atendimento à mulher (Deam) 2, localizada em Ceilândia. Em novembro daquele ano, uma das avós das crianças também se apresentou à 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) para registrar um boletim de ocorrência por abuso sexual envolvendo os netos.
De imediato, a 24ª DP requisitou a prisão do capitão, e o mandado foi cumprido na mesma data, em um apartamento situado em Águas Claras. Em decorrência da natureza dos crimes, que envolve crianças, a identidade do militar está sendo mantida em sigilo pela imprensa. O delegado-chefe da 24ª DP, Fábio Farias, confirmou que os depoimentos prestados por parentes e testemunhas foram decisivos e contundentes, corroborando a gravidade dos abusos cometidos. “Em um depoimento especial, uma das crianças reafirmou os abusos, inclusive os relatos da avó”, salientou o delegado.
Em um relato adicional, a mãe de uma das crianças compartilhou uma situação perturbadora durante um momento de higiene pessoal. Enquanto dava banho no filho, ele expressou desconforto por um toque na região do ouvido, o que levantou preocupações. Ao perceber a inquietação do menino, a mãe questionou, e a criança revelou que o avô tinha cometido atos inaceitáveis de natureza sexual, incluindo o uso da boca nas partes íntimas do menino. Tais declarações explicitam a gravidade das agressões e reforçam a urgência da denúncia.
Embora a Deam 2 tenha solicitado previamente a prisão do bombeiro no início de 2023, o pedido foi negado pela Justiça, que entendeu que alternativas ao encarceramento eram suficientes naquele momento. Com o desenrolar da situação, o militar será responsabilizado pelo crime de estupro de vulnerável, e as penas somadas podem alcançar até 60 anos de prisão.
Atualmente, o capitão permanece detido em um batalhão do corpo de bombeiros, uma vez que pertence à corporação. O delegado Fábio Farias ressaltou a importância de as famílias estarem atentas aos relatos de crianças sobre possíveis abusos sexuais. “Quando uma criança compartilha algo desse tipo, deve-se tratar com seriedade, sem questionamentos ou reprimendas. A maior parte dos crimes sexuais ocorre dentro do ambiente familiar”, alertou.
Até o momento, não foi possível localizar a defesa do bombeiro, mas o CBMDF comunicou que está monitorando o desenrolar do caso através de seus setores competentes. A corporação reafirmou seu compromisso em colaborar com os órgãos de Justiça, enfatizando que primam pela conduta ética e exemplar de seus membros.
“O CBMDF reitera seu compromisso com a investigação de denúncias de irregularidades e a adoção de medidas apropriadas para assegurar a integridade de seus militares e da comunidade. A corporação está em constante processo de autocuidado e vigilância para garantir que casos como este sejam tratados com a seriedade que merecem”, concluiu o corpo de bombeiros. É crucial que casos de abuso sejam tratados com a urgência e a atenção devidas, visando proteger as vítimas e promover a justiça.