Desdobramentos Legais e o Papel do Clube
A 7ª Vara Criminal de Brasília aceitou, na última sexta-feira (25/7), a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), tornando o atacante do Flamengo, Bruno Henrique, réu por manipulação de resultado. Segundo as investigações, o jogador teria atuado para favorecer apostadores ao receber um cartão amarelo em uma partida do Campeonato Brasileiro de 2023.
Além de Bruno Henrique, seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, também foi implicado na mesma acusação, o que significa que ambos responderão criminalmente por manipulação de resultado esportivo. Em entrevista ao Metrópoles, o Clube de Regatas do Flamengo informou que, no momento, não fará declarações sobre o caso, mas fontes ligadas à equipe afirmam que o atleta não deverá ser afastado, já que a situação “não afeta” seu desempenho em campo.
Nos bastidores do clube, a opinião é de que Bruno Henrique está “tranquilo e focado”, sem que a situação judicial tenha impactado seu rendimento durante as partidas. O entendimento é que sua concentração permanece intacta, permitindo que ele continue contribuindo para a equipe.
Próximos Passos no Processo Judicial
Com a decisão da Justiça de aceitar a denúncia, tanto Bruno Henrique quanto Wander Nunes terão a chance de apresentar suas defesas. Esse momento é crucial, pois é quando os acusados podem se manifestar sobre as alegações feitas contra eles.
Após essa fase, inicia-se a instrução processual, onde serão reunidos depoimentos de testemunhas, bem como as declarações dos réus, além da coleta de provas. O processo culminará em um novo julgamento, que determinará se os irmãos serão considerados culpados ou inocentes. Se absolvidos, o caso será arquivado; caso contrário, as penas podem variar de dois a seis anos de prisão, além de multas significativas.
Rejeição a Denúncias e Detalhes da Acusação
Vale ressaltar que a Justiça acolheu a denúncia apenas contra Bruno Henrique e seu irmão, rejeitando as acusações contra outros investigados. O caso foi inicialmente revelado pelo Metrópoles. O juiz Fernando Brandini Barbagalo, ao acatar a denúncia, destacou os requisitos legais que justificam o prosseguimento do caso contra os dois réus.
De acordo com promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi o irmão de Bruno Henrique, Wander Pinto, quem o incentivou a forçar um cartão amarelo na partida entre Flamengo e Santos. Os promotores alegam que o atacante estava plenamente consciente de suas ações, agindo sob instigação de seu irmão para cometer uma falta e, assim, receber o cartão.
Não apenas isso, mas o MP também apontou que, após ser informado por Bruno Henrique sobre a possibilidade de receber o cartão, Wander Nunes teria comunicado a familiares. A Polícia Federal revelou que o último contato entre os irmãos foi uma ligação na véspera da partida. Um dos amigos de Wander propagou a informação a um grupo de apostadores, que realizaram apostas específicas relacionadas ao cartão amarelo do jogador — uma aposta que, de fato, se concretizou.
Investigação e Análises dos Apostadores
Os promotores salientaram que, conforme as evidências, as apostas feitas contra Bruno Henrique eram de contas recém-criadas, levantando suspeitas sobre a intencionalidade das ações. De acordo com a denúncia do MP, mais de 95% das apostas realizadas estavam diretamente ligadas à expectativa de que o jogador receberia um cartão amarelo. Essa conjuntura evidencia o envolvimento de diversos elementos no esquema, que vai além da simples prática esportiva.
Em resumo, com uma fase judicial pela frente, o futuro de Bruno Henrique no Flamengo ainda é incerto, mas a postura do clube e a serenidade do jogador parecem ser fatores importantes para sua atuação no campo. O desenrolar dessa situação poderá impactar não apenas a carreira do atacante, mas o próprio Flamengo e suas perspectivas no Campeonato Brasileiro.