A diplomacia brasileira decidiu subir o tom da ofensiva pelo resgate dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza e não têm autorização para saírem da zona de conflito pela fronteira com o Egito.
O grupo é composto de 34 pessoas: 24 brasileiros e 10 palestinos parentes desses brasileiros.
A nova rodada de negociação envolve o chanceler Mauro Vieira, o assessor especial Celso Amorim e o próprio presidente Lula (PT).
Segundo uma fonte que acompanha a nova tentativa de acelerar a saída dos brasileiros, a diplomacia de Lula tem ressaltado o peso do Brasil na América Latina, e o ambiente controverso e crítico ao modo como Israel tem conduzido a resposta ao atentado do grupo terrorista Hamas, que inaugurou a guerra.
Em 31 dias de conflitos, são mais de 10 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. Dentre as vítimas, ao menos quatro mil crianças. Os números não podem ser corroborados por fontes independentes. Em Israel, o ataque do Hamas deixou 1,4 mil mortos – crianças também estão entre as vítimas. Além disso, cerca de 200 pessoas são mantidas reféns pelo grupo terrorista.
Nesse cenário, o time de Lula enviou um recado a Israel: se algo acontecer com os brasileiros que estão na zona de conflito, as relações diplomáticas se tornarão insustentáveis. E ressaltou que vizinhos, como o Chile, já determinaram inclusive o retorno de embaixadores por discordarem da resposta israelense, que tem vitimado civis e é alvo de franca contestação inclusive na Europa.
O governo brasileiro tem ressaltado que há um avião – cedido pela Presidência – há semanas parado no Egito, pronto para resgatar o grupo que está em Gaza. Nas conversas, o Brasil enfatizou ainda que foi uma das primeiras nações a entregar uma lista dos que estavam em Gaza precisando de repatriação.