A pecuária no brasil, com um impressionante rebanho que ultrapassa 200 milhões de bovinos e exportações que superam 2 milhões de toneladas anualmente, desempenha um papel fundamental no agronegócio do país. A demanda global por proteína animal, que continua em expansão, está impulsionando investimentos em métodos que unem sustentabilidade e produtividade. Neste cenário, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) emerge como uma ferramenta estratégica no segmento de pecuária de corte, proporcionando benefícios significativos como controle zootécnico, aprimoramento genético e aumento das taxas de prenhez.
Desde a sua introdução no brasil em 2002, a IATF tem apresentado um crescimento notável, tendo registrado em 2021 mais de 28 milhões de inseminações, das quais 93,3% utilizaram protocolos hormonais que garantem uma eficiência reprodutiva elevada. Para aprofundar nossa compreensão sobre essa técnica inovadora, conversamos com Fernanda Ambrosino, médica veterinária especializada na área.
Nascida em Mogi das Cruzes, são paulo, Fernanda combina sua expertise no agronegócio com hobbies que incluem dança e canto. Mãe de uma filha de 16 anos, ela é movida por novos desafios e colaborações. Sua atuação no setor agro é marcada por parcerias com equipes dedicada ao desenvolvimento técnico, comercial e de marketing na CEVA, onde busca continuamente por soluções inovadoras para o bem-estar animal e a maximização do desempenho produtivo.
Fernanda desempenha um papel crucial no desenvolvimento de produtos voltados para a reprodução bovina e valoriza profundamente o trabalho colaborativo, se destacando como uma protagonista nesse setor. Ela sempre se envolve em projetos que visam o avanço da pecuária brasileira.
A IATF, conforme explica Fernanda, é a Inseminação Artificial em Tempo Fixo. “Ela utiliza protocolos hormonais que permitem programar a inseminação das fêmeas, facilitando o manejo nas propriedades e otimizando as atividades dos funcionários”, esclarece. Um dos principais benefícios da IATF é a sincronização dos nascimentos, que resulta em um padronização no manejo dos bezerros e na melhoria da qualidade das carcaças. Além disso, ao concentrar os abates em períodos semelhantes, a técnica garante uma produção mais uniforme.
Apesar dos avanços, Fernanda ressalta que existe um vasto potencial de crescimento. “No brasil, milhões de fêmeas ainda não são inseminadas. O Nelore, que é a raça predominante no país, ainda tem espaço considerável para a expansão do uso da inseminação artificial”, afirma. Ela acrescenta que o excelente custo-benefício da IATF permite o melhoramento genético, reduzindo o tempo de abate e aumentando o peso dos animais.
A IATF também exerce um impacto significativo no melhoramento genético e no bem-estar animal. Uma das principais vantagens dessa técnica é a possibilidade de selecionar os touros mais qualificados para a inseminação, resultando em um rebanho geneticamente superior. Isso gera gerações de bovinos com maior valor econômico e eficiência produtiva, refletindo diretamente na qualidade da carne e na sustentabilidade da produção.
Fernanda enfatiza que a Inseminação Artificial em Tempo Fixo melhora o bem-estar animal. “Ao oferecer uma gestão reprodutiva mais efetiva, a IATF diminui o estresse nos animais durante o manejo, o que contribui para um aumento na qualidade de vida deles”, destaca.
Por fim, Fernanda considera “amor” a essência de toda sua atuação. “Quando estamos envolvidos com aquilo que amamos, isso se reflete em tudo ao nosso redor”, observa. Ela argumenta que a participação feminina em um setor tradicionalmente dominado por homens traz uma sensibilidade e cuidado inovadores em relação ao bem-estar animal. Fernanda acredita que o papel das mulheres no agronegócio está em constante ascensão, e essa diversidade de pontos de vista vai enriquecer ainda mais o setor. “Nós, mulheres, estamos cada vez mais presentes e contribuindo com uma perspectiva que valoriza tanto a produção quanto a atenção aos animais”, finaliza.
Assim, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo se firma como um componente decisivo para o avanço da pecuária brasileira, alinhando-se às demandas contemporâneas de sustentabilidade e eficiência produtiva que caracterizam o agronegócio do país.