Transformação Gastronômica com Tecnologia
A baunilha do Cerrado, reconhecida como uma das especiarias mais preciosas do Brasil, é a protagonista do Printer Chef Brasília, evento que teve início na última sexta-feira (19), no Jardim Urbano, localizado no Shopping Conjunto Nacional. Com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), a proposta visa transformar descobertas científicas em experiências gastronômicas inovadoras, utilizando bioimpressão de alimentos e tecnologias avançadas.
Durante a cerimônia de abertura, estiveram presentes figuras importantes como o presidente da FAPDF, Leonardo Reisman, o secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal, Rafael Bueno, e o presidente da Emater-DF, Cleidson Duval. Os convidados enfatizaram a relevância da ciência aplicada, a valorização da biodiversidade e a interligação entre pesquisa, agricultura e inovação.
Baunilha do Cerrado: Uma Joia da Natureza
No cerne do evento, a baunilha nativa do Cerrado é objeto de estudo, explorando suas diversas espécies, propriedades aromáticas e potenciais usos. As pesquisas resultaram na criação de food-inks vegetais, preparações especialmente desenvolvidas para a impressão 3D de alimentos. Com base nessas inovações científicas, chefs e competidores têm a oportunidade de elaborar pratos bioimpressos ao longo da programação.
A baunilha do Cerrado pertence ao grupo das orquídeas do gênero Vanilla, destacando-se por suas características singulares. Espécies como a Vanilla edwalli, popularmente conhecida como “baunilha-banana”, e a Vanilla chamissonis apresentam aromas complexos, que combinam notas adocicadas, florais e amadeiradas. Além de seu uso na gastronomia, essa planta possui aplicações na conservação de alimentos, perfumaria e na medicina popular tradicional.
Desafios e Oportunidades
De acordo com especialistas e produtores locais, a baunilha é uma planta rara e de difícil cultivo, que cresce principalmente em áreas preservadas do Cerrado e cuja frutificação pode levar até cinco anos. Essas particularidades ressaltam a necessidade de iniciativas que promovam o uso sustentável da biodiversidade e ampliem o conhecimento acerca das espécies nativas.
O presidente da FAPDF, Leonardo Reisman, destacou que o Printer Chef Brasília serve como um exemplo emblemático do papel crucial da ciência no desenvolvimento do Distrito Federal. “Brasília é reconhecida como o terceiro polo gastronômico do Brasil. O DF tem se mostrado um centro de excelência em diversas cadeias produtivas do agronegócio, desde o vinho ao mirtilo, além da própria baunilha. Hoje, apresentamos isso por meio da mesa desta competição, onde a pesquisa da baunilha se materializa, unindo tecnologia de ponta na bioimpressão de alimentos”, enfatizou Reisman.
Potencial da Bioeconomia Local
Na abertura do evento, o secretário Rafael Bueno sublinhou o potencial da baunilha do Cerrado para impulsionar a bioeconomia e fortalecer as cadeias produtivas da região. Cleison Duval, presidente da Emater-DF, fez um apelo sobre a importância da assistência técnica e da extensão rural na materialização do conhecimento científico no campo, garantindo que mais produtores possam se beneficiar das inovações apresentadas durante o evento.
Com o Printer Chef Brasília, o Distrito Federal não apenas celebra a riqueza de sua biodiversidade, mas também reafirma seu compromisso com a inovação e a ciência, criando uma nova perspectiva para a gastronomia local. Essa união de saberes promete levar a cultura alimentar da região a novos patamares, estabelecendo um diálogo entre tradição e modernidade.

