Reação Irresponsável a um Pedido de Ajuda
Um áudio obtido pela plataforma Metrópoles expõe uma situação preocupante dentro da Polícia Militar de Goiás (PMGO). No registro, um major da corporação é flagrado zombando de uma colega cabo que solicitou apoio após suspeitar de uma tentativa de invasão ao Batalhão Rural de Formosa, localizado no entorno do Distrito Federal. A gravação, que gerou forte repercussão, levanta questões sobre a seriedade com que são tratados os apelos de socorro dentro da força policial.
Na conversa, uma terceira pessoa que atuava como intermediário do pedido de reforço relata que a cabo descreveu ter ouvido disparos na área e que indivíduos tentaram entrar na unidade por meio do muro. Em resposta, o major faz uma ironia infame, afirmando: “Ela é policial militar. Manda ligar para o Batman, [para o] Superman”.
A Indignação da Atendente
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Questionado sobre as informações repassadas, o major manifesta ceticismo: “Como é que é essa informação que você passou aí? Indivíduos também estão na Base da Rural? Lá não é base da PM, não? Não tem policial militar lá, não?”. A atendente, em um momento de fragilidade, explica que a cabo estava de plantão no local e decidiu pedir ajuda ao constatar os barulhos suspeitos e a tentativa de invasão.
O major, sem demonstrar empatia pela situação, continuou a debochar: “Manda ela atirar lá, ué. Ela é policial militar. Força tática é outra situação. Manda ligar para o Batman, [para o] Superman”. Essa atitude desrespeitosa não apenas expõe uma falha de comunicação e apoio entre os membros da corporação, mas também levanta preocupações sobre a segurança dos policiais em serviço.
A atendente, visivelmente incomodada, responde: “Entendo a situação, comando, mas disseram que ouviram tiro, né?”. A gravidade da situação parece ter passado despercebida pelo major, que continuou a zombar em vez de agir de forma adequada.
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Posicionamento da Polícia Militar de Goiás
A PMGO emitiu um comunicado oficial sobre o episódio, confirmando que o incidente ocorreu no dia 28 de junho. “Na data, uma policial de serviço na Base do Batalhão Rural, em Formosa, solicitou apoio após perceber movimentações suspeitas nas proximidades da unidade”, detalhou a corporação em sua nota.
De acordo com a PMGO, equipes foram rapidamente deslocadas pelo COPOM (Centro de Operações Policiais Militares) e a ocorrência foi tratada segundo os protocolos da corporação. Após investigações, não foram constatadas anormalidades na área. Contudo, a Polícia Militar de Goiás garantiu que o “apoio foi prontamente enviado e o patrulhamento no entorno da base do Batalhão Rural segue sendo realizado normalmente”.
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A corporação também afirmou que não tinha conhecimento prévio sobre os áudios que circularam na internet e que abrirá uma apuração interna para investigar as circunstâncias do conteúdo e sua difusão.
Esse incidente levanta um questionamento importante: até que ponto o incentivo a um ambiente de respeito e apoio mútuo entre os membros da polícia é fundamental para a eficácia e segurança de suas operações? A repercussão desse caso já tem, sem dúvida, gerado um debate acalorado sobre o profissionalismo e a responsabilidade emocional de figuras de liderança dentro da segurança pública.