Comparação de Mobilizações: Ato Prá-Bolsonaro e Ato da Esquerda
O Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em parceria com a ONG More in Common, revelou que aproximadamente 42,2 mil pessoas participaram do ato favorável ao ex-presidente Jair Bolsonaro, realizado na Avenida Paulista neste domingo, 7 de setembro. Em contrapartida, o evento promovido por grupos de esquerda e apoiadores do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocorrido na Praça da República, contou com cerca de 8,8 mil participantes, um número quase cinco vezes inferior ao da manifestação bolsonarista.
No auge do evento bolsonarista, por volta das 16h03, a contagem indicou uma variação entre 37,1 mil e 47,3 mil participantes, considerando uma margem de erro de 12%. Para contextualizar, no mesmo dia em 2022, o mesmo ato registrou uma multidão de 45,4 mil pessoas.
Principais Pontos do Ato Pró-Bolsonaro
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Organizada pelo pastor Silas Malafaia, a manifestação reivindicou “anistia ampla” aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, além de criticar abertamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também fez um discurso contundente contra o STF, enfatizando o tom agressivo da mobilização.
O Ato da Esquerda em Defensiva
Por sua vez, o ato organizado por grupos de esquerda se posicionou contra qualquer tipo de anistia aos responsáveis pelos ataques violentos às sedes dos Três Poderes em janeiro deste ano, defendendo a soberania nacional. Dentre as figuras proeminentes presentes, destacaram-se os deputados federais Guilherme Boulos (Psol-SP) e Érika Hilton (Psol-SP), além dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), e o presidente nacional do PT, Edinho Silva.
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Os organizadores da manifestação, incluindo as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, e o Grito dos Excluídos, estimaram que cerca de 30 mil pessoas estiveram presentes no ato. Contudo, essa cifra é significativamente diferente dos dados que surgiram do monitoramento da USP.
Metodologia de Contagem da USP
Para determinar os números de participantes, a USP aplicou a metodologia Point to Point Network (P2PNet), desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Chequião, na China, em colaboração com a empresa Tencent. Esse software utiliza um conjunto de dados a partir de fotos de multidões, tanto da Universidade de Xangai quanto da USP, para treinar sua capacidade de contagem.
A técnica consiste em drone capturando imagens aéreas da multidão, que são então analisadas para identificar automaticamente as cabeças dos participantes. Com base em inteligência artificial, o sistema localiza cada indivíduo e contabiliza quantos pontos surgem nas imagens. O método apresenta uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% para identificação, resultando em uma margem de erro percentual absoluto médio de 12% em medições de público.
No caso do ato bolsonarista, três momentos distintos foram registrados (15h05, 16h03 e 16h40), totalizando 47 imagens analisadas. Para a contagem, foram selecionadas 15 fotos capturadas às 16h03, momento de maior afluência de participantes. Por outro lado, na manifestação da esquerda, as fotos foram obtidas em quatro horários diferentes (09h46, 10h37, 11h11 e 11h35), contabilizando 25 imagens. O pico da mobilização foi verificado às 11h11.