Aumento de Ataques nos Ônibus de São Paulo
Na capital paulista, os atentados contra ônibus somaram 11 novos casos, elevando o total para 432 desde o início das ocorrências, segundo a mais recente atualização da SPTrans. O levantamento abrange os ataques registrados a partir de 12 de junho, e a Polícia Civil ainda se depara com a dificuldade de identificar os motivos por trás dessas ações. “A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans expressam seu repúdio aos atos de vandalismo no sistema de transporte e estão comprometidas em fornecer todas as informações necessárias para apoiar as investigações”, afirmou a pasta responsável.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) não se esquivou em criticar a Polícia Civil, reconhecendo a lentidão na elucidação dos fatos e na identificação dos responsáveis pelos ataques. Ele comentou: “Está demorando, eu reconheço. É importante ressaltar que, quando é necessário elogiar, fazemos; mas também quando é preciso criticar, devemos fazê-lo. A certeza que temos é que a Polícia Civil chegará à conclusão de identificar esses indivíduos e garantir a punição.”, declarou o prefeito em entrevista à Globonews.
Responsáveis pela Segurança
Ainda, em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) anunciou que, até o momento, sete suspeitos ligados aos ataques a ônibus foram detidos. “As investigações estão a cargo do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), que segue realizando diligências e analisando dados para prender outros envolvidos. Novas informações serão compartilhadas conforme o andamento do trabalho policial”, explicou a secretaria.
O desenrolar das investigações revela uma série de prisões. Em 4 de julho, um adolescente foi apreendido após um ataque em Cotia, na região metropolitana de São Paulo, sendo levado à delegacia e liberado posteriormente sob a responsabilidade dos familiares. No dia seguinte, dois homens foram detidos em flagrante ao danificarem ônibus em Pirituba e Santo Amaro, localizações nas zonas norte e sul, respectivamente.
Outra prisão relevante ocorreu em 6 de julho, quando um homem foi detido sob a acusação de arremessar uma pedra em um ônibus, ferindo uma passageira na Avenida Washington Luís, no Campo Belo, zona sul da capital. Além disso, um outro homem foi preso em 10 de julho, em Guaianases, zona leste, após lançar pedras e danificar um coletivo. Não foram reveladas informações sobre a identidade do quinto homem preso.
Relatório da Polícia Civil sobre os Ataques
Um relatório elaborado pela Polícia Civil de São Paulo detalhou o cenário atual dos ataques a ônibus na região metropolitana. A análise compreende o período entre 21 de maio e 5 de julho, totalizando aproximadamente um mês e meio. A equipe do DEIC examinou 191 boletins de ocorrência registrados pelas empresas de ônibus.
A zona sul da capital se destacou com o maior número de ataques, totalizando 85, seguida pela zona oeste com 65, a zona leste com 19 e, por último, o centro com 16. A zona norte ficou com o menor índice, com apenas seis ocorrências. O levantamento também identificou as vias mais afetadas, incluindo a Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, Avenida Interlagos, Avenida Vereador João de Luca e Avenida Cupecê na zona sul; e a Avenida Brigadeiro Faria Lima, Avenida Corifeu de Azevedo Marques e Rodovia Raposo Tavares na zona oeste.
Além disso, impressionantes 70% dos ataques aconteceram entre quintas-feiras e sábados, com 65 ocorrências registradas em uma quinta-feira. As empresas de transporte que mais sofreram com os ataques incluem Vidazul Transportes, Sambaiba, Viação Campo Belo, Via Sudeste, Viação Gatusa, Viação Grajaú, Transpass e Mobibrasil, que lidera o ranking com cerca de 40 ataques, representando aproximadamente 30% do total.