Aumenta a Violência nos Transportes Públicos de São Paulo
Neste sábado (12/7), mais um incidente alarmante envolveu os ônibus no litoral paulista, resultando em uma mulher ferida. A passageira foi atingida por um azulejo enquanto viajava em um coletivo na cidade de São Vicente. O episódio ocorreu por volta das 14h na Avenida Vereadora Angelina Pretti da Silva, no bairro Jardim Irmã Dolores.
Testemunhas relataram que a mulher sofreu um corte no rosto, mas optou por não receber atendimento médico no hospital. A Prefeitura de São Vicente comunicou que as informações sobre o caso devem ser buscadas junto às autoridades policiais competentes.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que está investigando o incidente. Até o momento, nenhum suspeito foi detido.
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A Onda de Vandalismo e Seus Impactos
Esse ataque se insere em um contexto mais amplo de vandalismo, que tem gerado grandes preocupações entre trabalhadores e usuários do transporte público. Em apenas um mês, desde o início desta onda de vandalismo, as autoridades ainda não esclareceram as motivações por trás desses atos. Segundo dados da SPTrans, foram registrados 365 casos de ataques, resultando em uma média assustadora de aproximadamente 12 incidentes por dia.
A Polícia Civil considera a possibilidade de que esses ataques sejam parte de um desafio viral, mas também investiga outras causas, como rivalidades entre empresas de ônibus e conflitos sindicais. Os ataques, que se concentram principalmente nas zonas sul e oeste da capital, têm ocorrido em diversas áreas da cidade.
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Um relatório elaborado pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) analisou 191 boletins de ocorrência relacionados a esses ataques, registrados entre 21 de maio e 5 de julho — um período anterior ao que a SPTrans contabilizava. As avenidas mais afetadas incluem a Engenheiro Armando de Arruda Pereira, Interlagos, Vereador João de Luca e Cupecê, na zona sul; e a Brigadeiro Faria Lima, Corifeu de Azevedo Marques e Rodovia Raposo Tavares, na zona oeste.
Dados Alarmantes Sobre os Ataques
Os números são preocupantes: quase 70% desses ataques ocorreram entre quintas-feiras e sábados, com 65 das ocorrências acontecendo numa quinta-feira específica. As empresas de transporte mais atingidas incluem a Vidazul Transportes, Sambaiba, Viação Campo Belo, Via Sudeste, Viação Gatusa, Viação Grajaú, Transpass e Mobibrasil, que sozinha registrou 40 ataques, quase um terço do total.
Surpreendentemente, nem mesmo os serviços de vans do Atende+ – voltados ao transporte de pessoas com autismo, surdocegueira ou deficiência física severa – escaparam da ação de vândalos. Foram dois registros de ataques na zona norte, ocorrendo em 30 de junho e 10 de julho.
Entre as vítimas, pelo menos duas mulheres acabaram feridas devido a estilhaços de vidro ou objetos que foram lançados. “A Secretaria Municipal de Mobilidade e Urbana Transporte (SMT) e a SPTrans expressam seu total repúdio aos atos vandalismo que afetam o sistema de transporte e continuam colaborando com as investigações”, informou a SPTrans em nota. “Desde 12 de junho, 365 veículos do sistema municipal de transporte sofreram danos, sendo 19 apenas nesta sexta-feira (11). Estes atos ocorreram de maneira dispersa por todas as regiões da cidade.”