A Associação dos Oficiais da PMDF se Manifesta
A Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (Asof) expressou sua indignação em relação ao julgamento da alta cúpula da PMDF, acusada de omissão durante os ataques de 8 de janeiro. Em uma declaração impactante, a associação comparou a espera dos oficiais por um julgamento a ‘gado em um matadouro’, ressaltando a angústia vivida pelos militares. O processo enfrentou contratempos na Justiça, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) alterou a data do julgamento dos sete réus por três vezes, e atualmente, a situação permanece indefinida, sem uma nova data definida para a audiência.
A Asof caracterizou os oficiais como “massa de manobra”, afirmando que suas vozes são silenciadas devido à hierarquia militar. A associação defendeu os policiais, alegando que eles estão sendo injustamente acusados de apoiar uma suposta tentativa de golpe. Em um tom de incredulidade, a nota da Asof afirma a crença na inocência dos envolvidos, clamando por justiça em um cenário tumultuado.
Críticas a Outras Instituições
No comunicado, a Asof também apontou que outras entidades, como o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e a ABIN, não estão recebendo a devida atenção nas investigações. “Essas instituições foram convenientemente esquecidas, mesmo sendo atores centrais na elucidação dos fatos que ocorreram. A responsabilidade total está sendo colocada sobre nossos ombros por eventos sobre os quais não tínhamos controle ou autoridade para intervir”, afirmou a associação, demonstrando preocupação com a condução do inquérito.
Os Réus da Acusação
Os militares que enfrentam as acusações são: Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF; Coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-subcomandante-geral; Coronel Jorge Eduardo Barreto Naime, ex-chefe do Departamento de Operações; Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, chefe de operações especiais no dia 8 de janeiro; Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos; Major Flávio Silvestre de Alencar; e Tenente Rafael Pereira Martins.
A Denúncia da PGR e suas Implicações
A aceitação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo STF, em fevereiro de 2024, trouxe à tona a acusação de “omissão imprópria” dos oficiais, o que, segundo o ministro Moraes, possibilitou a execução dos atentados contra as sedes dos Três Poderes federais. Este novo desenvolvimento no caso tem gerado repercussão significativa tanto no meio político quanto na sociedade civil.
O julgamento se torna ainda mais complexo, uma vez que os ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux também acompanharam o voto de Moraes, aumentando a pressão sobre o caso. A PGR, em sua denúncia, destacou que parte dos oficiais denunciados apresentava uma “profunda contaminação ideológica”, sendo identificados como adeptos de teorias golpistas e conspiratórias relacionadas a alegações de fraudes eleitorais. Essa perspectiva coloca em questão não apenas os atos dos oficiais, mas também a integridade institucional da PMDF.
Portanto, o desfecho desse caso é aguardado com grande expectativa, tanto pela Asof quanto pela população, que observa atentamente os desdobramentos de um processo que toca em temas sensíveis como a segurança pública e a integridade das instituições brasileiras. Com a situação ainda indefinida, as próximas etapas do julgamento prometem ser decisivas para os oficiais da PMDF e para a confiança nas autoridades policiais.