De Origem Simples a Ícone do Crime Organizacional
Nas áridas paisagens da caatinga baiana, entre mandacarus e aroeiras, nasceu aquele que se tornaria um dos criminosos mais temidos da Bahia: José Francisco Lumes, conhecido como Zé de Lessa. Originário do pequeno povoado de Recife, em Cafarnaum, uma localidade que abriga pouco mais de 2 mil habitantes, sua trajetória se desenhou em um cenário que muitos consideravam improvável para a ascensão de um notório bandido.
O apelido que o acompanhou ao longo da vida é uma herança familiar, possivelmente ligada ao seu pai, Idalécio, conhecido como “Lessa”. Como Zé de Lessa, ele rapidamente se transformou em um nome temido, sussurrado nos corredores do sistema penal, nas favelas e até mesmo nas autoridades policiais.
Embora não se saiba ao certo quando ele deixou a legalidade para se envolver em atividades criminosas, relatos indicam que seus primeiros passos no crime foram em roubos a banco. Em 2015, o delegado Jorge Figueiredo o identificou como o maior assaltante de bancos e carros-fortes da Bahia. Em 2018, seu nome aparecia em cinco processos relacionados ao tráfico de drogas, que o classificavam como parte de uma quadrilha altamente perigosa.
Uma fonte policial da época descreveu Zé de Lessa como uma pessoa tranquila e articulada, que não aparentava ser violenta. No entanto, suas operações criminosas eram brutais e sofisticadas, envolvendo tráfico internacional, assaltos audaciosos e sequestros planejados. Ele era o cérebro por trás do Bonde do Maluco (BDM), uma facção que se notabilizou como uma das mais violentas do estado, que se expandiu sob sua liderança.