Desmantelamento de Atividade Ilegal
Vinícius Lisboa Silva Oliveira, identificado como armeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) no litoral paulista, foi preso pela Polícia Civil de Santos em uma operação na última terça-feira (8/7). As investigações revelaram que ele utilizava equipamentos controlados pelo Exército brasileiro para produzir munições destinadas à facção criminosa. Entre os itens apreendidos em sua residência, destacam-se uma prensa de recarga e um dosador para manipulação de pólvora, ambos considerados produtos sujeitos a rígidos controles governamentais.
A polícia informou que as prensas para recarga de munição são reguladas pelo Exército e requerem autorização específica para posse e uso, assim como as armas de fogo. Contudo, as investigações não encontraram registro de que Vinícius tivesse permissão para a posse desses dispositivos.
Além dos equipamentos para fabricação de munição, as autoridades apreenderam na casa do suspeito dois fuzis calibre 7.62, várias munições intactas, um carregador de pistola, 12 porções de maconha, documentos de veículos registradas em nome de uma locadora, um carro, um cofre e celulares.
O Papel do Armeiro na Facção
Segundo a polícia, a atuação de Vinícius ia além da fabricação de munição; ele também era responsável pelo transporte, armazenamento e manutenção de armamentos para o PCC. A defesa de Vinícius nega todas as acusações relacionadas a atividades ilícitas.
A prisão de Vinícius ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua residência, situada no bairro Marapé, em Santos. A operação foi coordenada pelo 3º DP da cidade, visando a localização de armas de uso restrito pertencentes à facção criminosa.
Com a apreensão do armamento e materiais irregulares, Vinícius foi detido em flagrante e encaminhado ao 3º DP, onde foi indiciado por tráfico de drogas, associação criminosa e porte de arma de uso restrito.
Impacto da Prisão nas Atividades Criminosas
De acordo com a delegada Lígia Christina Villela, responsável pelo 3º DP de Santos, a prisão de Vinícius representa um golpe significativo na estrutura armada do PCC na Baixada Santista. Ele é descrito como um braço operacional da organização criminosa na região, encarregado do armazenamento de armas de guerra que poderiam ser utilizadas em ações violentas, inclusive contra instituições financeiras e forças de segurança pública. “A prisão de um agente como ele enfraquece diretamente a capacidade de ação do grupo nas operações planejadas e no fornecimento de armamento a outras células criminosas”, salientou a delegada em entrevista ao Metrópoles.
Defesa do Suspeito Reforça Presunção de Inocência
Em nota ao Metrópoles, o advogado Marcos Jesuino Jr., que defende Vinícius, destacou que seu cliente tem trabalhado há mais de oito anos como gerente em um estacionamento em Santos e possui residência fixa e família, demonstrando seu compromisso com a vida legítima. Ele afirmou que não foram encontrados indícios de tráfico, balanças, drogas fracionadas ou materiais típicos de comércio ilícito na casa do suspeito.
O advogado ressaltou que a esposa de Vinícius estava presente durante a busca e confirmou a ausência de qualquer estrutura criminosa no local, que era a residência do casal. Segundo a defesa, a arma apreendida seria de propriedade de Vinícius, legalmente registrado como atirador esportivo, e que ele não possui conhecimento técnico sobre manutenção de armamento, o que contradiz as alegações da polícia.
Marcos Jesuino Jr. enfatizou ainda que “Vinícius não foi denunciado, nem condenado, e goza do direito constitucional à presunção de inocência”.