Operação Ronda Pet III em Foco
No começo deste mês, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) desencadeou a Operação Ronda Pet III, com resultados alarmantes: mais de 28 mil produtos veterinários foram apreendidos nos municípios de Tocantins e Piraúba, em Minas Gerais. A fiscalização, que abrangeu medicamentos, alimentos, suplementos e até fertilizantes, expôs um comércio clandestino, com evidências de falsificação e riscos significativos à saúde animal e pública.
A ação, coordenada pelo Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária para Fronteiras Internacionais (Vigifronteiras), contou com o apoio do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal da Superintendência de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais e da Polícia Civil de Ubá/MG, além do Centro Integrado de Segurança Pública e Proteção Ambiental (CISPPA), vinculado ao Ministério da Justiça.
Entre as irregularidades identificadas, destacam-se produtos sem registro no Mapa, embalagens com informações fraudulentas, como números de registro inexistentes e declarações de importação falsificadas, além da presença de empresas com CNPJs fictícios. O prejuízo estimado aos envolvidos nas fraudes ultrapassa R$ 500 mil. Surpreendentemente, esses números revelam a extensão da clandestinidade no setor.
Consequências do Comércio Irregular
O Mapa alertou que o uso de produtos veterinários não autorizados pode representar uma séria ameaça à saúde dos animais, provocando reações adversas, como alergias, intoxicações e, em casos extremos, a morte. Além disso, a falta de controle de qualidade dos insumos utilizados impossibilita a verificação da segurança dos produtos disponibilizados aos animais de estimação.
Outro ponto crucial levantado pela operação diz respeito aos riscos à saúde pública. No que se refere a antiparasitários ilegais, esses produtos, além de ineficazes, podem facilitar a disseminação de parasitas com potencial zoonótico, ou seja, que podem ser transmitidos aos seres humanos. Especialistas em saúde pública alertam que essa situação requer atenção imediata, visto que as consequências podem ser devastadoras.
Todo o material apreendido ficará retido até que o processo administrativo seja concluído. A legislação vigente prevê que os produtos sejam destruídos, e os responsáveis pelos crimes poderão sofrer penalidades tanto por infrações administrativas como criminais, incluindo falsificação de produtos e crimes contra as relações de consumo.
A ação do Mapa reforça a importância da fiscalização rigorosa no setor agropecuário e a necessidade de conscientização sobre os perigos do comércio ilegal. Em tempos em que a saúde pública e o bem-estar animal estão em pauta, é fundamental que todos colaborem para garantir a segurança dos produtos consumidos.
Assim, fica evidente que o combate à irregularidade no comércio de insumos veterinários é uma prioridade não apenas para a proteção dos animais, mas também da saúde da população. O trabalho do Mapa serve como um alerta para os consumidores e um chamado à ação para os órgãos reguladores.