Expectativas em Brasília Aumentam com Visita de Tarcísio
Depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) formou uma maioria para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados pela tentativa de golpe de Estado, o clima nos bastidores do PL (Partido Liberal) é de expectativa. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), é aguardado em Brasília na próxima segunda-feira (15/9). A ala do PL busca reforçar a articulação pela anistia dos condenados pela Suprema Corte, com Tarcísio desempenhando um papel crucial.
Fontes ligadas à cúpula do PL informam que a expectativa é de uma nova mobilização semelhante à realizada por Tarcísio na semana anterior, quando se reuniu com diversas lideranças políticas em busca de apoio à proposta de anistia. Embora o projeto tenha sido considerado “morto” anteriormente, ele voltou à pauta no Congresso após o governador paulista conseguir novas promessas de votos, mesmo sem uma definição clara sobre qual versão da proposta poderia ser aprovada.
anistia: Propostas em Debate
A ala mais radical do PL analisa a viabilidade de uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, que não apenas isentaria Bolsonaro de cumprir pena pela tentativa de golpe, mas também poderia restaurar sua elegibilidade, atualmente suspensa até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa abordagem ambiciosa do partido é vista por alguns como uma maneira de reacender o debate e aumentar o apoio à causa.
A presença de Tarcísio em Brasília é vista como uma oportunidade para conquistar aliados em torno da versão preferida da anistia, que está em discussão. Na terça-feira (16/6), o PL planeja convencer o presidente da Câmara, Hugo Motta, que é do mesmo partido que o governador, a pautar a urgência da proposta. Caso seja aprovada, essa medida permitiria que o projeto fosse votado diretamente no plenário, sem passar pelos trâmites comissões.
Desafios no Caminho da anistia
Entretanto, até o momento, Motta se demonstrou cauteloso em relação à continuidade da proposta de anistia. Internamente, há uma questão política na Câmara, com bolsonaristas tendo criado uma situação embaraçosa para o deputado ao ocuparem o plenário em protesto. Externamente, a possibilidade de um avanço em um texto que revogue decisões do STF pode criar uma nova crise entre os Poderes.
No cenário ideal para o PL, a urgência seria votada na própria terça-feira, com o mérito sendo analisado na quarta. Contudo, uma parte significativa do Centrão prefere uma votação da anistia apenas para encerrar a questão, sem necessariamente apoiar Bolsonaro. Dentro desse grupo, há quem defenda a aprovação de uma proposta mais moderada, que concederia benefícios apenas aos manifestantes do 8 de Janeiro, mantendo a punição para aqueles que organizaram e planejaram a tentativa de golpe.