Alcolumbre Repreende oposição
Na última terça-feira, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), expressou seu descontentamento acerca da recente ocupação das Mesas Diretoras do Senado e da Câmara dos Deputados por parlamentares da oposição ao governo Lula (PT). Em uma nota oficial, Alcolumbre descreveu essa ação como um “exercício arbitrário das próprias razões” e ressaltou que tal medida compromete o funcionamento essencial do Parlamento.
Alcolumbre enfatizou que o Congresso Nacional possui um papel fundamental em servir ao país, especialmente na análise de questões que afetam diretamente a vida da população. “A ocupação das Mesas Diretoras, que inviabiliza o seu funcionamento, constitui um exercício arbitrário das próprias razões, algo incomum e contrário aos princípios democráticos”, alegou o presidente da Casa Alta.
Além disso, o senador fez um apelo por serenidade e “espírito de cooperação”, sublinhando a importância de manter o respeito, a civilidade e o diálogo para que os trabalhos legislativos possam ser retomados de maneira eficaz. Ele anunciou planos para convocar uma reunião com líderes partidários para discutir a situação atual e buscar soluções que permitam o retorno das atividades regulares do Congresso, garantindo que todas as correntes políticas tenham voz nas sessões tanto do Senado quanto da Câmara.
oposição Realiza Ocupação em protesto
A declaração de Alcolumbre vem após a ocupação simultânea das Mesas Diretoras das duas Casas legislativas por uma ala da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O movimento é visto como um protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), uma decisão emitida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
No Senado, diversos senadores, como Damares Alves (Republicanos-DF), Jorge Seif (PL-SC), Jaime Bagattoli (PL-RO), Izalci Lucas (PL-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES), estiveram envolvidos na ocupação. Malta, inclusive, chegou a se sentar na cadeira que pertence ao presidente do Senado, utilizada por Alcolumbre durante as sessões.
Protestos e Demandas na Câmara dos Deputados
Na Câmara dos Deputados, a abordagem foi semelhante. Deputados opositores utilizaram fitas na boca como símbolo de protesto e prometeram permanecer na Mesa Diretora até que sejam votados projetos referentes à anistia e ao término do foro privilegiado. O deputado Sanderson (PL-RS) declarou em redes sociais: “Só sairemos daqui quando anistia e fim do foro forem votados”.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), reiterou que a ocupação permanece enquanto o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), não retornar a Brasília. Com essa situação, a tensão entre os partidos se intensifica, refletindo a polarização atual no cenário político brasileiro.
A crise no Congresso, marcada por essas ocupações e protestos, levanta questionamentos sobre a capacidade do Parlamento em seguir com suas funções diante de um clima tão conturbado. A continuidade dos trabalhos legislativos depende não apenas da resolução da situação, mas também da disposição dos parlamentares em dialogar e encontrar um caminho que beneficie o funcionamento do governo e, consequentemente, a população.
