Goiânia – Uma proprietária de agência de turismo da capital goiana foi detida sob a suspeita de aplicar golpes em clientes por meio da venda de pacotes de viagens fraudulentos. De acordo com informações da Polícia Civil de Goiás (PCGO), a atuação criminosa da empresária, identificada como Lidiane Camilo, prejudicou diversas pessoas, incluindo uma brasileira que reside em Londres.
Em entrevista ao Metrópoles, o delegado responsável pela apuração do caso, Igomar de Souza Caetano, revelou que até o presente momento, cerca de seis clientes já registraram suas denúncias formalmente na delegacia contra a empresária. Esse número pode aumentar, à medida que mais vítimas tomam conhecimento do caso e se sentem encorajadas a buscar a justiça.
Os prejuízos causados pela referida agente de viagens variaram significativamente entre os afetados, dependendo dos pacotes adquiridos. Segundo o delegado, os valores perdidos podem chegar a R$ 50 mil, enquanto houve quem registrou uma perda de R$ 5 mil. “Isso demonstra o quanto essa situação é grave e as consequências financeiras que impactaram tantos clientes”, afirmou o investigador.
Cancelamento de viagens e serviços não entregues
Inúmeras vítimas formalizaram reclamações contra Lidiane Camilo, que acumula várias queixas no Procon, órgão responsável pela defesa dos direitos do consumidor. Além de oferecer pacotes de viagens, a empresa da acusada também disponibilizava serviços relacionados à obtenção do Green Card, o visto que assegura a residência permanente nos Estados Unidos, o que aumenta ainda mais as vulnerabilidades das pessoas que buscaram seus serviços na expectativa de realizar seus sonhos.
Dentre as vítimas, destaca-se uma mulher que reside na Inglaterra e que adquiriu um pacote de viagens para o brasil, no valor de R$ 40 mil. O intuito da peregrinação era visitar o país na companhia de seu parceiro e explorar destinos no Nordeste. Embora o casal tenha conseguido chegar ao brasil, todas as passagens aéreas antecipadamente programadas foram canceladas sem qualquer justificativa. Um pacote da viagem para Natal, no estado do Rio Grande do Norte, também foi abruptamente cancelado pela empresa de turismo, resultando em frustração e prejuízo.
Após a denúncia realizada pela vítima, a Polícia Civil deu início às investigações e encontrou evidências de que Lidiane Camilo já havia sido alvo de múltiplas queixas por estelionato, todas seguindo um mesmo padrão de ação. “Ela frequentemente realizava a venda dos pacotes, e, quando a data da viagem se aproximava, as passagens e serviços eram cancelados. Em algumas situações, os turistas chegavam aos destinos e se deparavam com a falta de reservas”, relatou o delegado, ressaltando a gravidade de tais práticas.
Além disso, Igomar destacou que a empresária operava em um local que não possuía identificação visível de uma agência de turismo. Entretanto, o espaço interno era estruturado de maneira a funcionar como um estabelecimento da área. Essa configuração enganosa contribuiu para que muitos clientes fossem atraídos, acreditando estar lidando com uma empresa legítima e confiável.
O CNPJ da empresa de Lidiane está ativo há mais de uma década, o que pode indicar uma longa trajetória de atuação no comércio de turismo, que agora parece ter se tornado um disfarce para as atividades fraudulentas. Diante das evidências e da gravidade dos crimes, a Justiça decretou a prisão preventiva da empresária, com o intuito de proteger a ordem pública e impedir que novas vítimas sejam enganadas.
Além disso, a polícia executou um mandado de busca e apreensão na sede da empresa da acusada em busca de mais provas e informações que possam ajudar nas investigações. A divulgação da imagem e identificação da presa foi autorizada pela Justiça, com base nas legislações vigentes, visando identificar novas vítimas e testemunhas do esquema criminoso.
Esse caso ressalta a importância da cautela ao contratar serviços de turismo, sempre verificando a idoneidade das agências e buscando avaliações e referências de outros consumidores. Se você foi vítima de golpes semelhantes, procure a polícia e registre sua denúncia.