Reação de Parlamentares Diante da Violência
Recentemente, senadores e deputados expressaram indignação nas redes sociais sobre a abordagem violenta dos policiais Gustavo Gonçalves Suppa e Victor Baracho Alves, que ocorreu na Asa Norte e deixou a população do Distrito Federal em estado de revolta. O episódio, que aconteceu na última quarta-feira (9), envolveu a agressão a um motorista após um acidente de trânsito sem gravidade, um acontecimento que se tornou ainda mais alarmante devido à presença do filho de cinco anos da vítima.
A abordagem aconteceu na 112 Norte, onde os policiais foram flagrados agredindo o publicitário. O desfecho deixou a criança sob os cuidados de estranhos, uma situação que gerou preocupação entre representantes da política local.
Damares Alves (Republicanos-DF), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, manifestou solidariedade à família da vítima em um post no Instagram. Ela anunciou que acompanhará o caso e destacou: “Conversei por telefone com o diretor da PCDF, José de Carvalho, e ele informou que um procedimento já foi aberto para investigar o ocorrido. Minha preocupação é principalmente com a saúde mental da criança.”
Além disso, Alves se colocou à disposição para ajudar a família no que for necessário, enfatizando a necessidade de uma investigação rigorosa.
O deputado federal Fred Linhares (Republicanos-DF) também se manifestou sobre o caso, ressaltando sua defesa da segurança pública, mas condenando a ação dos policiais. “É inconcebível que uma criança presencie seu pai sendo levado de maneira truculenta e fique sozinha no local. Exercitar a autoridade deve ser feito com responsabilidade, especialmente quando envolve uma criança”, escreveu em sua conta no Instagram.
“Quem defende a segurança pública de verdade também exige correções quando são necessárias. A proteção deve incluir não só os adultos, mas também as crianças que testemunham situações de violência”, completou Linhares.
Detalhes do Incidente e as Reações
Um novo vídeo, que circulou nas redes sociais, mostra o publicitário sendo contido com violência na frente de seu filho. A deputada federal Bia Kicis (PL-DF), em uma transmissão ao vivo, relatou os detalhes do ocorrido e criticou a abordagem dos policiais. “Os agentes agiram de forma desmedida, retirando o motorista do carro e apontando armas, mesmo com a criança presente. Eles deixaram o menino sob a responsabilidade de desconhecidos, o que é inaceitável”, afirmou.
Kicis também mencionou a nota de repúdio da governadora em exercício do DF, Celina Leão (Progressistas), que ressaltou que esse tipo de abordagem não é característica dos policiais do Distrito Federal, que são reconhecidos pela qualidade de seu trabalho. “Devemos exigir uma postura adequada de nossos agentes de segurança, que devem proteger, não traumatizar”, completou.
A Resposta da Câmara Legislativa do DF
O deputado distrital Fábio Feliz (PSol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF, anunciou que o Ministério Público será acionado para investigar o abandono do menino. A comissão se comprometeu a oferecer assistência à família e a formalizar denúncias contra os policiais responsáveis, destacando a urgência em responsabilizar os envolvidos.
A deputada distrital Paula Belmonte também se pronunciou, afirmando que “nenhuma criança deve presenciar um ato de violência como esse, muito menos ser deixada sozinha em uma situação de pânico”. Ela ressaltou a falha do Estado em proteger a criança e pediu uma investigação rigorosa e a responsabilização exemplar dos envolvidos.
O Que Aconteceu na Abordagem
Segundo informações coletadas pelo Metrópoles, o publicitário Diego Torres Machado de Campos, 42 anos, estava com seu filho a caminho do Parque da Cidade quando se envolveu no acidente. Ele relatou que um carro que não se identificou como viatura o ultrapassou de maneira brusca, forçando-o a buzinar para evitar a colisão, o que resultou em uma sequência de eventos desastrosos.
Diego tentou se afastar, mas foi perseguido e interceptado pelos policiais. Durante a abordagem, ele foi agredido e imobilizado, enquanto seu filho, assustado, ficou sozinho no carro. A situação foi filmada por diversas testemunhas, que mostraram a brutalidade do ato policial.
A Polícia Civil do DF, por sua vez, informou que os policiais envolvidos foram afastados de suas funções operacionais e realocados para atividades administrativas. A Corregedoria-Geral instaurou um inquérito para apurar a conduta dos policiais sob os aspectos criminal e funcional.
Esse episódio levanta questões sérias sobre a abordagem de segurança pública no Distrito Federal, revelando a necessidade de um debate amplo e claro sobre como garantir a proteção e respeito aos direitos das crianças e dos cidadãos.