O Brasil colocou a Polícia Federal à disposição do governo do Equador em meio à onda de violência que assola o país. A informação foi confirmada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
“Troquei mensagem com o Diretor da Polícia do Equador, Cesar Zapata, e com os demais diretores que integram a Ameripol, colocando a PF à disposição e oferecendo apoio”, disse Rodrigues ao blog.
A Ameripol, citada por Rodrigues, é uma organização composta pelo Brasil e outros 12 países americanos criada para a cooperação internacional das polícias do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, República Dominicana e Uruguai —similar a Polícia Internacional (Interpol).
A Polícia Federal acionou os adidos brasileiros na Colômbia e no Peru para acompanharem a situação e reportarem à agência. A Ameripol e a Interpol também monitoram o caso.
A crise de segurança que atinge o Equador tomou novas proporções na terça-feira (9), quando uma universidade em Guaiaquil e uma emissora de TV local foram invadidas por homens armados com revólveres e bombas.
Em meio a esses ataques, um brasileiro foi sequestrado, assim como sete policiais, houve explosões na província de Esmeraldas, e o Ministério da Educação suspendeu as aulas presenciais em todo o país até a próxima sexta-feira (12).
Os ataques acontecem dois dias após a fuga do líder dos Los Choneros, uma das facções criminosas mais temidas do país, da prisão onde cumpria uma pena de 34 anos.
Na terça, o presidente equatoriano, Daniel Noboa, decretou “conflito armado interno” no país por causa da escalada de violência.
A medida autoriza a intervenção do Exército e da Polícia Nacional no país para combate às facções criminosas.
A medida identifica 22 facções e “atores beligerantes não estatais” como organizações terroristas e determina às Forças Armadas a execução de operações militares para “neutralizar” esses grupos, “respeitando os direitos humanos”.