Belo Horizonte registrou 27 casos de agressão a profissionais de saúde pública até novembro deste ano, segundo a prefeitura. O número corresponde a mais de dois registros por mês.
A última ocorrência foi na segunda-feira (6), no Centro de Saúde Santa Amélia, no bairro Santa Branca, na Região da Pampulha, onde um médico ficou gravemente ferido pelo marido de uma paciente.
Uma médica, uma técnica de enfermagem e outra servidora no local que tentaram ajudar o colega de trabalho também foram agredidas. O suspeito fugiu e ainda não foi encontrado pela polícia.
De acordo com a administração municipal, em 2022 foram 30 episódios no ano inteiro (veja gráfico abaixo). Os dados incluem brigas, agressões e vias de fato.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) afirma que os números refletem alguns problemas enfrentados pelo sistema de saúde na capital, como:
Ainda segundo o Sindibel, na tarde desta terça-feira (7), foi encaminhado um ofício, em parceria com o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), pedindo uma reunião com o prefeito Fuad Noman (PSD) e o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias, para discutir os casos de agressão.
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O g1 conversou com profissionais que trabalham no sistema municipal de saúde. Uma servidora, que preferiu não se identificar, informou que as “condições de trabalho estão cada vez mais difíceis”.
Os principais problemas mencionados foram:
Já o médico que foi agredido no Centro de Saúde Santa Amélia disse que se sente desvalorizado. Ele teve ferimentos graves por causa das agressões.
Nesta terça-feira (7), o prefeito Fuad Noman (PSD) determinou segurança fixa pela Guarda Municipal nos 152 centros de saúde de BH. A medida entra em vigor na próxima segunda-feira (13).
Em nota, a prefeitura disse que a presença dos guardas nos centros vai se somar a iniciativas já adotadas no Plano de Segurança para Unidades de Saúde.
O plano também prevê presença fixa de agentes nas nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), onde o atendimento é realizado 24 horas por dia, com casos de maior complexidade.
A criação de um grupo de WhatsApp para agilizar o contato dos servidores com a Guarda Municipal, sempre que necessário, também está entre as ações adotadas, além do patrulhamento exclusivo feito por motocicletas.
Em relação aos outros problemas citados pelos profissionais de saúde, a prefeitura disse que “monitora a situação de todas as unidades de saúde da rede SUS-BH e as equipes são capacitadas para prestar toda assistência necessária aos usuários, inclusive com orientações”.
Sobre a reposição de profissionais, a administração municipal afirmou que em julho de 2021 realizou concurso público e, em 2022, foram iniciadas as convocações. Até o momento, 2.264 profissionais de várias especialidades foram chamados, sendo 747 médicos.