Mobilização Após o Crime
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, utilizou suas redes sociais para se pronunciar sobre a morte do delegado Ruy Ferraz Fontes, que foi brutalmente assassinado na noite de segunda-feira (15/9), no bairro Vila Mirim, em Praia Grande, no litoral sul do estado. Derrite expressou sua indignação e anunciou a criação de uma força-tarefa, que terá prioridade máxima, para identificar e prender os suspeitos envolvidos no crime. Na mesma postagem, ele destacou a colaboração do procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, que ofereceu apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
De acordo com informações apuradas pelo Metrópoles, uma equipe da Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) foi deslocada para a Baixada Santista na mesma noite do crime, embora detalhes sobre o número de policiais envolvidos na operação tenham sido mantidos em sigilo.
Detalhes do assassinato
O delegado Ruy Ferraz Fontes foi alvo de disparos de fuzil, sendo assassinado em uma emboscada que, segundo investigações preliminares, pode ter sido planejada por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). Câmeras de segurança registraram a tentativa de fuga da vítima, que dirigia um carro em alta velocidade para escapar dos atacantes. Durante a perseguição, Ruy perdeu o controle e colidiu com um ônibus, capotando o veículo. Os criminosos, que estavam em um SUV preto, modelo Toyota Hilux SW4, saíram do carro e dispararam contra o delegado.
Pouco após a confirmação do assassinato, as autoridades localizaram o veículo utilizado pelos assassinos, que foi encontrado em chamas. Investigações adicionais também estão sendo realizadas para determinar se um segundo carro foi usado na execução do crime.
Quem foi Ruy Ferraz Fontes?
Ruy Ferraz Fontes era um respeitado ex-delegado da Polícia Civil, com uma carreira de 40 anos dedicada à segurança pública. Ele se destacou como especialista em crimes relacionados à facção criminosa PCC. Ferraz recebeu ameaças de morte após a transferência de Marco William Herbas Camacho, conhecido como Marcola, líder máximo da facção, para o sistema penitenciário federal em 2019, quando ocupava o cargo de delegado-geral.
Com uma sólida formação acadêmica, Ferraz tinha especialização em Administração Geral e Financeira em Órgãos Públicos, além de ter participado de cursos internacionais, como o Curso Anti-Drogas e Anti-Terrorismo na França e um curso de Aperfeiçoamento sobre Repressão às Drogas no Canadá. Sua trajetória profissional começou em Taguaí, onde foi delegado titular, e ao longo de sua carreira, ocupou posições importantes em diversas divisões da Polícia Civil, incluindo a Divisão de Homicídios e o Departamento de Investigação Criminal.
Ainda no âmbito acadêmico, Ferraz também se destacou como educador, atuando como professor assistente de Criminologia e Direito Processual Penal na Universidade Anhanguera, além de ter sido docente em Investigação Policial na Academia da Polícia Civil de São Paulo. Sua experiência e dedicação à luta contra o crime fizeram dele uma figura respeitada e admirada entre os colegas.