Repercussão do Voto de Fux
Figuras políticas e juristas vinculados à Operação Lava Jato estão em festa após o voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, ocorrido na quarta-feira, 10 de setembro. O ex-procurador Deltan Dallagnol, o ex-juiz Sergio Moro e outros apoiadores da operação associaram suas manifestações ao caso que resultou na condenação do presidente Lula (PT), uma decisão posteriormente anulada pelo STF. Fux é amplamente considerado pelos defensores da Lava Jato como um aliado estratégico dentro da Corte.
Um dos principais articuladores da condenação de Lula na Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol se manifestou nas redes sociais, celebrando o voto de Fux. Ele afirmou que “Fux está jogando na cara dos ministros que o STF julgou MORADORES DE RUA pelo 8 de janeiro NO PLENÁRIO, enquanto Bolsonaro, ex-presidente, está NA TURMA”. Em sua postagem, Dallagnol fez referência a uma frase que ganhou notoriedade nos vazamentos da Vaza Jato, embora ele nunca tenha confirmado a autenticidade dos documentos.
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“In Fux we trust” (No Fux a gente confia), escreveu Dallagnol, relembrando que, em 2016, durante uma conversa privada, relatou ao juiz Sergio Moro que tinha discutido a força-tarefa da Lava Jato com Fux, que então respondeu: “In Fux We Trust”.
Reações de Outros Aliados
O senador Sergio Moro (União-PR), conhecido por sua liderança na Lava Jato, também expressou satisfação com o voto de Fux. Ele aproveitou suas redes sociais para criticar ministros da Suprema Corte e a condução do julgamento de Bolsonaro, ao mesmo tempo em que elogiou o posicionamento do ministro.
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A procuradora da República Thaméa Danelon, uma das figuras notáveis da Lava Jato, destacou que o voto de Fux representa uma verdadeira “Aula de Constitucional e Processo Penal ao vivo!”.
Rosângela Moro, atual deputada federal e esposa de Sergio Moro, também comentou a decisão de Fux. Ela afirmou que “Impõe-se a nulidade de todos os atos decisórios praticados. Palavras do Min. Fux ao reconhecer a incompetência absoluta do STF no julgamento dos réus do 8/1. A Constituição foi ignorada e transformaram o Supremo em tribunal de exceção. A banalização constitucional é gravíssima”.
Debate Acirrado no STF
Com a declaração de Fux, onde enfatizou que “não compete ao STF realizar julgamento político” e que “não se pode confundir o papel do julgador com o agente político”, o cenário no Parlamento e entre juristas esquentou. As reações foram intensas, gerando uma onda de discussões tanto favoráveis quanto contrárias ao ponto de vista do ministro.
A situação revela a polarização em torno de temas judiciários e políticos no Brasil, especialmente em um contexto onde a confiança nas instituições é frequentemente questionada. O voto de Fux, além de ser visto como uma vitória para os apoiadores da Lava Jato, também provoca diálogos mais amplos sobre o papel do STF na política brasileira e as implicações de suas decisões.