Ex-funcionário leva Meta à Justiça
Attaullah Baig, ex-chefe de segurança do WhatsApp, decidiu processar a Meta – empresa controladora de plataformas como Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads – por supostas falhas graves de segurança que ameaçam a privacidade dos usuários. A denúncia foi protocolada em um tribunal distrital nos Estados Unidos.
Conforme reportado pelo The New York Times, Baig alega que milhares de funcionários da Meta e do WhatsApp tinham acesso irrestrito a dados sensíveis dos usuários, incluindo fotos de perfil, localização e informações sobre grupos e listas de contatos. Segundo o ex-funcionário, as violações de segurança eram alarmantes, com mais de 100 mil contas sendo invadidas diariamente.
Segundo Baig, a empresa ignorou suas propostas para fortalecer a segurança do aplicativo de mensagens. Ele afirma que alertou diversas lideranças da Meta sobre essas vulnerabilidades, incluindo Mark Zuckerberg, CEO da companhia. A demissão de Baig ocorreu em fevereiro deste ano, o que o levou a tomar medidas legais.
Os advogados de Baig argumentam que a Meta violou um acordo de privacidade estabelecido com a Federal Trade Commission (FTC) em 2019, além de não cumprir normas que exigem a comunicação de riscos à segurança e à privacidade para seus acionistas. “Os usuários enfrentam inúmeros danos. É hora de responsabilizar a Meta e priorizar os interesses dos usuários”, declarou Baig, que informou que a FTC e a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) foram notificadas sobre suas preocupações.
Resposta da Meta às acusações
Em reação a essas alegações, a Meta se defendeu, negando qualquer acusação de violação de privacidade ou riscos à segurança dos usuários no WhatsApp. Carl Woog, porta-voz do WhatsApp, afirmou: “Esse é um roteiro que já conhecemos: um ex-funcionário é demitido por baixo desempenho e, em seguida, faz alegações distorcidas que não refletem o trabalho contínuo da nossa equipe”.
A Meta também caracteriza as alegações de Baig como “totalmente sem fundamento” e afirma que suas declarações estão baseadas em documentos escolhidos a dedo, com o intuito de elaborar uma narrativa falsa. A empresa reafirma seu compromisso com a proteção da privacidade dos usuários e com a segurança de suas plataformas.
Esse caso levanta questões importantes sobre a segurança dos dados em aplicativos de mensagens amplamente utilizados. A expectativa agora é que o processo avance e revele mais detalhes sobre as práticas de segurança da Meta. A luta de Baig por transparência e responsabilidade pode influenciar não apenas o futuro do WhatsApp, mas também sua relação com usuários e reguladores no cenário tecnológico atual.