Proposta de Cidadania Honorária a Bonelli
A deputada federal Sâmia Bomfim, do PSOL-SP, apresentou nesta quarta-feira, 30, um pedido na Câmara dos Deputados para que o italiano Angelo Bonelli receba o título de cidadão honorário da República Federativa do Brasil. O parlamentar italiano é conhecido por ter denunciado o paradeiro da também deputada Carla Zambelli, do PL-SP, que estava foragida há cerca de dois meses.
“A atuação firme e incansável do deputado Angelo Bonelli contra a tentativa de fuga de Zambelli no território italiano foi crucial para estreitar a colaboração entre os órgãos italianos e brasileiros. Ele contribuiu significativamente para que uma das principais figuras envolvidas na tentativa de subversão da ordem democrática no Brasil fosse finalmente responsabilizada pelos seus atos”, destacou Sâmia Bomfim em sua justificativa.
A deputada também enfatizou que Bonelli tem se empenhado desde o início para pressionar as autoridades italianas a realizar a captura e a subsequente extradição de Zambelli, permitindo que ela responda por seus crimes na Justiça brasileira. De fato, o deputado levantou questões com o governo italiano sobre a permanência da deputada foragida em seu território.
Em junho, Bonelli protocolou um ofício formal de interpelação parlamentar solicitando com urgência a extradição de Zambelli, além da revogação de sua cidadania italiana.
Outro pedido foi encaminhado na terça-feira, 29, com o intuito de reconhecer a contribuição de Bonelli. A deputada Duda Salabert, do PDT-MG, apresentou uma moção de louvor em homenagem ao italiano, afirmando que “o mundo precisa de pessoas mais comprometidas com a democracia”, em uma publicação em sua conta do X (anteriormente Twitter).
O Contexto da Fuga de Zambelli
Carla Zambelli deixou o Brasil em 3 de junho, após ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ela foi considerada mentora intelectual de um ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), onde uma ordem de prisão falsa foi emitida contra o ministro Alexandre de Moraes, que faz parte da Corte.
Após a condenação, Zambelli viajou para a Itália, onde possui nacionalidade, decidindo evitar a prisão e se tornando uma foragida. Seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.
Apesar de afirmar que se sentiria “intocável” na Itália, em 29 de julho, Bonelli entregou informações sobre sua localização ao governo italiano, o que resultou na sua prisão no país europeu.