Estratégia da direita e Mandato Único
No cenário político atual, onde surgem especulações sobre candidaturas na direita para a presidência da República, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, expressou, durante um evento neste sábado (26) em São Paulo, sua visão sobre a necessidade de múltiplas candidaturas para a direita. Apesar da pressão para que a direita apoie um único nome, Caiado acredita que essa estratégia poderá enfraquecer a oposição, facilitando um ataque concentrado do PT. Segundo ele, a única liderança com uma influência nacional capaz de mobilizar a população foi o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Se houver apenas um candidato no primeiro turno, o PT terá a oportunidade de concentrar suas forças contra uma pessoa só. No entanto, se tivermos três candidatos, não será possível atingir todos ao mesmo tempo. Ao final, um de nós chegará ao segundo turno com o apoio dos outros”, afirmou Caiado.
Além disso, o governador reiterou sua defesa por um mandato único para o presidente da República, sem possibilidade de reeleição. “Acredito que um presidente deve ter apenas um mandato para ter a coragem de implementar as mudanças que o Brasil necessita. Não se pode enfrentar os desafios do país com a preocupação da reeleição”, destacou ele. Caiado criticou a postura do atual presidente, afirmando que Lula parece mais preocupado em fazer palanque político do que em dialogar com líderes internacionais, como os Estados Unidos. “Ele consulta o marqueteiro em vez de seus ministros. Eu, por outro lado, governo Goiás ouvindo meus secretários”, disse.
Preocupações Econômicas e o tarifaço
Durante o debate, promovido pela XP em São Paulo, Caiado também abordou a questão do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que elevou tarifas a produtos brasileiros para 50%. O governador expressou sua inquietação a respeito da situação econômica do Brasil desde o anúncio feito pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Para Caiado, os governadores precisam ser ouvidos, pois há uma preocupação crescente com o impacto da medida nas cadeias produtivas do país, como a de carne, açúcar e rações. Ele enfatizou que isso prejudica a economia dos estados, especialmente em Goiás: “Enquanto a União Europeia, Japão, Indonésia e China já encontraram soluções, Lula se perde em um embate ideológico e usa frases de efeito político. Governar é enfrentar os problemas de forma direta e com diálogo”, ressaltou.
Goiás, sob a liderança de Caiado, foi o primeiro estado a tomar iniciativas práticas para mitigar os efeitos do tarifaço, anunciando um fundo para ajudar as empresas mais afetadas, com a oferta de empréstimos subsidiados. Esse fundo será lançado no dia 5 de agosto, com capacidade de empréstimo de até R$ 640 milhões, a uma taxa de 10% ao ano, lastreada no ICMS das exportadoras. Outros estados já estão seguindo o exemplo e também estão adotando medidas econômicas semelhantes.