Decisão do Tribunal e Repercussões
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) decidiu arquivar o inquérito que investigava maus-tratos a um menino de 8 anos com autismo, arrastado por profissionais de saúde após uma fuga de uma clínica no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). O incidente, que ocorreu em maio deste ano, foi encerrado devido à ausência de provas que justificassem a continuidade do processo. A determinação foi tomada em resposta a um pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que argumentou que a ação das profissionais visou garantir a segurança da criança durante um momento de desregulação emocional.
A decisão do tribunal homologou a análise do MPDFT, que considerou que as intervenções realizadas pelas psicóloga e fisioterapeuta foram uma forma de contenção, sem que houvesse perigo real para o menino.
O Que Realmente Aconteceu?
O caso que ganhou notoriedade envolveu um garoto de 8 anos diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA), que fugiu da clínica Única Kids, onde realizava terapia. Imagens capturadas pelas câmeras de segurança revelaram uma cena preocupante: as funcionárias agarraram a criança à força, primeiro pelos braços e, posteriormente, arrastaram-no pelo chão. O acontecimento foi amplamente repercutido nas redes sociais e levantou um clamor público sobre a conduta dos profissionais envolvidos.
Após o ocorrido, as funcionárias foram detidas, mas logo pagaram uma fiança de R$ 3 mil cada e foram liberadas. O tribunal, por sua vez, determinou que o valor da fiança fosse restituído às profissionais.
Mudanças na clínica e Novo Endereço
Passados dois meses do incidente, o cenário da clínica mudou. As salas que antes abrigavam a Única Kids agora estão fechadas e apresentam uma placa de “aluga-se”. Entretanto, a empresa reestruturou e passou a ser conhecida como clínica Avance, de acordo com informações recentes. Embora o nome seja novo, a clínica continua sob a mesma administração, pertencente a Djalma Bahia Ferreira dos Santos, que também possui um hospital no Paraná.
Uma visita ao antigo endereço da clínica, feita pelo Metrópoles, confirmou que a recepcionista do prédio comercial tinha plena ciência da mudança de nome e localização, apontando que a clínica agora opera no trecho 17 do SIA. Além disso, a situação cadastral das instituições difere: a Única Kids possui CNPJ suspenso, enquanto a Avance mantém seu cadastro ativo e opera desde 2014.
Tendências e Discussões Sobre o Tratamento de Crianças com TEA
Esse acontecimento levanta questões importantes sobre o tratamento de crianças com autismo em instituições de saúde. Especialistas abordam que a contenção física deve ser uma medida extrema e sempre que possível evitada, ressaltando a necessidade de treinamento adequado para profissionais que trabalham com esse público. A discussão sobre o cuidado ético e humano nesse contexto é cada vez mais relevante.
Embora o caso tenha sido arquivado, o debate sobre práticas adequadas no atendimento a crianças com TEA continua em curso. É fundamental que instituições de saúde reavaliem seus métodos e treinem sua equipe de forma a evitar situações similares no futuro.