Detalhes do Acidente e Relato dos Investigadores
O departamento encarregado da investigação de acidentes aéreos na Índia divulgou um relatório preliminar a respeito do trágico acidente do voo da Air India que ocorreu em junho. O documento destaca a possível relação entre o corte no fornecimento de combustível do motor e a queda da aeronave, que estava a caminho de Londres. Logo após a decolagem, o Boeing 787 Dreamliner, que partiu do aeroporto de Ahmedabad, enfrentou problemas e retornou abruptamente à Terra, resultando na morte de quase todos a bordo, exceto um único passageiro.
As informações, obtidas pela CNN, indicam que os interruptores de controle de combustível na cabine foram ativados, levando a sérios problemas no motor. Os investigadores conseguiram extrair dados vitais das caixas-pretas, que incluíam 49 horas de informações de voo e duas horas de gravações de áudio da cabine, abrindo um panorama sobre os momentos finais da aeronave.
O relatório revela que, durante a ascensão, a aeronave atingiu uma velocidade de 180 nós, quando ambos os motores tiveram seus interruptores de combustível transferidos de ‘run’ para ‘cut off’ em um intervalo de apenas um segundo. Na gravação de voz da cabine, um dos pilotos questiona o outro sobre a decisão de cortar o combustível, o que, segundo os dados, aconteceu de fato, gerando uma crise operacional.
Imagens capturadas no aeroporto mostram que a turbina Ram Air, uma fonte de energia de emergência, foi ativada logo após a decolagem. Infelizmente, a aeronave começou a perder altitude antes de ultrapassar o muro do perímetro do aeroporto. Momentos após a ação de cortar o combustível, os interruptores foram reposicionados e os motores começaram a ser religados, mas a tragédia já havia se consumado.
Condições da Aeronave e Fatores Contribuintes
Os investigadores também constataram que grande parte da aeronave foi recuperada em condições normais e que o combustível utilizado era de qualidade aceitável. O relatório observa que não foram registradas atividades de aves que poderiam ter contribuído para o acidente nas proximidades da rota de voo.
De acordo com os peritos, quando os interruptores de controle de combustível são movidos de ‘cut off’ para ‘run’ durante o voo, o sistema de controle dos motores ativa automaticamente um processo de reacendimento, buscando restaurar o empuxo. Contudo, no caso do voo AI171, essa manobra foi seguida rapidamente por um grito de desespero de um dos pilotos: “MAYDAY MAYDAY MAYDAY”. Naquele momento, o controlador de tráfego aéreo pedia informações sobre a aeronave, mas não obteve resposta antes que o avião se precipitasse ao solo.
O capitão do voo era um experiente piloto de 56 anos, com mais de 15 mil horas de voo acumuladas ao longo de sua carreira. O primeiro oficial, de 32 anos, também tinha uma experiência considerável, somando mais de 3.400 horas. O peso na decolagem da aeronave se manteve dentro dos limites permitidos, e não havia mercadorias perigosas a bordo.
Aspectos Técnicos e Consequências do Acidente
Os investigadores ainda observaram que os flaps das asas estavam posicionados corretamente para a decolagem, e a alavanca do trem de pouso estava abaixada. O motor esquerdo foi instalado na aeronave em 26 de março e o direito, em 1º de maio, conforme indicado no relatório. Tragicamente, além das vidas a bordo, várias pessoas no solo também perderam a vida devido à queda do avião, que atingiu um alojamento do BJ Medical College and Hospital.
O voo AI171 da Air India decolou do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, no estado de Gujarat, em 12 de junho. O Boeing 787-8 Dreamliner estava com destino a Londres Gatwick, com previsão de pouso às 18h25, horário local. A companhia aérea relatou que a bordo estavam 242 pessoas, incluindo 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense.