**Pequim Registra aumento Significativo nas Importações de soja do Brasil em Maio**
As importações de soja da china proveniente do Brasil dispararam 37,5% em maio de 2023, em comparação ao mesmo mês do ano passado, conforme revelaram dados oficiais divulgados recentemente. Este crescimento substancial ocorre em um contexto onde a demanda por soja da América do Sul se intensifica, enquanto as importações dos Estados Unidos também apresentaram um aumento expressivo de 28,3%.
No último mês, a china, o maior comprador global de soja, adquiriu impressionantes 12,11 milhões de toneladas métricas da oleaginosa brasileira. Esse número representa um crescimento considerável em relação às 8,81 milhões de toneladas importadas no mesmo período de 2022, de acordo com as informações da Administração Geral de Alfândega da china. Este aumento nas importações reflete não apenas a robustez da safra brasileira, mas também a crescente estratégia de diversificação das fontes de suprimento por parte da china.
Adicionalmente, as importações de soja dos Estados Unidos em maio alcançaram 1,63 milhão de toneladas, superando as 1,27 milhão de toneladas registradas no ano anterior. Apesar de representar uma fatia menor do total de importações, ou seja, apenas 11,7% do total, o volume importado dos EUA demonstra o fortalecimento das relações comerciais, mesmo diante de um cenário de incertezas políticas e comerciais.
No total, as importações de soja da china atingiram um recorde de 13,92 milhões de toneladas métricas em maio, mais do que o dobro do volume importado em abril. Este aumento significativo se deve à normalização das operações alfandegárias e à recuperação da taxa de operação das plantas de esmagamento no país, que havia sido prejudicada anteriormente. Vale ressaltar que, em abril, as importações haviam caído para um nível alarmante de 6,08 milhões de toneladas métricas, o mais baixo em uma década.
Liu Jinlu, um especialista em agricultura da Guoyuan Futures, observou que o aumento nas importações pode ser parcialmente atribuído à chegada de cargas que estavam atrasadas e que finalmente foram liberadas em maio, contribuindo assim para os números expressivos.
Analisando o período de janeiro a maio, os embarques do Brasil totalizaram 21,25 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 14,0% em comparação ao mesmo intervalo do ano passado. Em contrapartida, as importações dos Estados Unidos no mesmo período somaram 14,57 milhões de toneladas, marcando um crescimento robusto de 34,3%. Esse cenário sugere que a china está intensificando suas compras de soja dos EUA, possivelmente em antecipação a eventuais tensões comerciais que possam surgir entre as duas potências.
O analista Wan Chengzhi, da Capital Jingdu Futures, destacou que a concentração das chegadas de soja nos primeiros meses do ano foi um fator que impulsionou o aumento das importações. Ele também comentou que os atrasos na colheita no Brasil têm empurrado as exportações para períodos mais tardios, resultando em uma diminuição nos embarques brasileiros.
O cenário para os próximos meses indica que as chegadas de soja da América do Sul devem permanecer elevadas durante o terceiro trimestre de 2023. No entanto, o desempenho das importações no quarto trimestre será fortemente influenciado pelo desenrolar das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a china.
Por fim, é importante mencionar que, no mesmo período de cinco meses, a china importou apenas 111.603 toneladas de soja da Argentina, representando uma queda de 47,5% em relação ao ano passado, sem registros de importações em maio. Essa dinâmica ressalta como a china está se reposicionando no mercado global de soja, buscando garantir suprimentos de diferentes origens enquanto navega por um ambiente comercial desafiador.
Esses dados demonstram a complexidade e a volatilidade do comércio de soja, refletindo não apenas a demanda interna da china, mas também as interligações comerciais que afetam as exportações de diferentes países. Acompanhar essa evolução será essencial para entender as tendências futuras do mercado e as implicações para os produtores e compradores ao redor do mundo.