Na quarta-feira, 18 de junho, o dólar apresentou uma leve alta de 0,04%, sendo cotado a R$ 5,50. Essa variação, embora modesta, indica uma estabilidade da moeda americana em relação ao real, refletindo um cenário cauteloso nos mercados financeiros. O ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o dia com uma leve queda de 0,09%, alcançando 138.716 pontos. Este desempenho também sugere um equilíbrio nas negociações durante o pregão, com os investidores demonstrando prudência.
Os participantes do mercado atuaram de forma cautelosa, especialmente enquanto aguardavam as decisões sobre as novas taxas de juros, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. A divulgação das informações sobre a taxa norte-americana ocorreu às 15 horas, enquanto o anúncio do Comitê de Política Monetária (copom) do Brasil estava programado para as 18h30.
Durante a tarde, o Comitê Federal de mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, anunciou que a taxa de juros permaneceria no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano. Essa decisão era amplamente antecipada pelos analistas e investidores, sendo a quarta vez consecutiva que o FOMC optou por manter a taxa inalterada. Não obstante, o Federal Reserve manteve a expectativa de realizar dois cortes na taxa de juros ainda em 2025, com um foco em uma meta de inflação de 2% ao ano. No último ano, até o mês de maio, o índice de inflação situava-se em 2,4%, o que gerou discussões entre economistas sobre a eficácia das atuais políticas monetárias.
O cenário no Brasil é mais dividido, com o mercado demonstrando opiniões variadas a respeito da decisão que será tomada pelo copom. Uma pesquisa realizada pelo BTG Pactual entre os dias 16 e 17 de junho, envolvendo 76 participantes, revelou que 51% deles acreditam que a taxa selic, atualmente fixada em 14,75% ao ano, será mantida. Por outro lado, 49% dos entrevistados apostam em um aumento de 0,25 ponto percentual.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, comentou que o clima de moderação prevaleceu nos mercados financeiros nesta quarta-feira, à luz das expectativas em torno das decisões de política monetária, tanto no Brasil quanto nos EUA. Ele destacou que, embora a manutenção da taxa de juros pelo Fed fosse amplamente esperada, o comunicado que acompanhou a decisão surpreendeu ao indicar uma redução nas incertezas e ao omitir menções ao novo governo. Segundo Shahini, as projeções do Fed apresentam uma trajetória ambígua, prevendo dois cortes de juros, mas ao mesmo tempo sinalizando uma deterioração nos dados de inflação, desemprego e crescimento econômico.
Por sua vez, Alexsandro Nishimura, diretor da Nomos, observou que o ibovespa operou sem uma direção clara nesta quarta-feira. A cautela dos investidores foi evidente, especialmente antes das decisões sobre as taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil. Nishimura também destacou que a volatilidade nos preços do petróleo e a queda nos valores do minério de ferro exerceram pressão sobre as ações relacionadas a commodities. Além disso, a expectativa dividida em relação à selic, as incertezas fiscais no cenário interno, a proximidade de feriados e as tensões geopolíticas no Oriente Médio contribuíram para um ambiente de aversão ao risco.
Em suma, os mercados financeiros estão sob um manto de cautela, com investidores atentos às diretrizes das políticas monetárias que podem influenciar a economia tanto no Brasil quanto nos EUA. A dinâmica entre o dólar e o real, assim como o desempenho do ibovespa, reflete essa expectativa, tornando-se um cenário intrigante para aqueles que acompanham de perto as movimentações do mercado financeiro.