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    Home»Economia
    Economia

    Dólar em alta e Bolsa em queda devido à intensificação do conflito entre Israel e Irã

    17/06/2025diogosilva

    O aumento das hostilidades entre Israel e Irã no Oriente Médio se tornou o principal fator influenciador dos mercados de câmbio e de ações no brasil nesta terça-feira, 17 de junho. O dólar à vista registrou uma elevação de 0,23%, alcançando a cotação de R$ 5,49. Por sua vez, o ibovespa, que é o índice mais representativo da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o dia com uma queda de 0,30%, totalizando 138.840 pontos.

    O mercado financeiro reagiu também às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que foram consideradas “pouco diplomáticas” no contexto da guerra. Trump expressou seu desejo por um “acordo real, não um simples cessar-fogo”, sublinhando que o Irã deveria estar ciente das consequências de qualquer ataque às tropas americanas na região, que enfrentariam uma resposta “firme” e “direta”.

    Em suas redes sociais, o presidente americano fez um apelo pela “rendição total” do Irã, ao mesmo tempo em que declarou que não tem a intenção de eliminar o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, “por enquanto”.

    Com o agravamento das tensões geopolíticas, os contratos futuros de petróleo também foram impactados, fechando em alta nesta terça-feira. O barril do petróleo Brent, que serve de referência para o comércio global, viu sua cotação subir 4,40%, chegando a US$ 76,45, enquanto o barril WTI, referente ao mercado dos EUA, teve um aumento de 4,28%.

    No brasil, as ações da Petrobras seguiram a tendência de alta do petróleo. Por volta das 16h40, as ações preferenciais da companhia (identificadas pelo código PETR4, que têm prioridade no pagamento de dividendos) registraram um aumento de 2,51%. Já as ações ordinárias (PETR3), que conferem direito a voto nas assembleias, subiram 3,12%.

    O mercado também se manteve em um estado de expectativa, à espera das decisões sobre as taxas de juros dos bancos centrais do brasil e dos Estados Unidos. As reuniões dessas autoridades monetárias tiveram início nesta terça-feira, e os novos valores das taxas de juros devem ser anunciados na chamada “superquarta”, dia 18 de junho.

    Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, observa que, no cenário internacional, a busca por segurança em meio às tensões no Oriente Médio e a decisão do Banco do Japão de manter os juros inalterados contribuíram para a valorização do dólar em nível global.

    Contudo, essa pressão externa foi equilibrada por um fluxo de capital que entrou no brasil, atraído pelo diferencial elevado de juros e pela expectativa em relação à reunião do copom. As apostas indicam uma possível alta de 0,25 ponto percentual na selic, embora haja divergências sobre essa expectativa. O Banco Central parece inclinado a manter os juros elevados por um período mais longo. Assim, o real tende a reagir mais a fatores técnicos e a fluxos de capital pontuais, o que explica a leve oscilação do dia, apesar do fortalecimento global do dólar.

    No âmbito da Bolsa de Valores, Alison Correia, analista e co-fundador da Dom Investimentos, destaca que as ações da Petrobras se valorizaram, acompanhando a alta do petróleo, especialmente após a informação de que a companhia, junto com a Exxon, Chevron e CNPC, conquistou 19 dos 47 blocos exploratórios de petróleo e gás na Bacia de Foz do Amazonas.

    Alexandro Nishimura, da Nomos, pondera que o ibovespa tentou sustentar os ganhos das sessões anteriores, mas não conseguiu resistir à combinação de cautela no cenário internacional e incertezas no mercado interno. O agravamento das tensões entre Israel e Irã intensificou a aversão ao risco nos mercados globais, levando os investidores a buscar ativos mais seguros.

    Além disso, Nishimura ressalta que a “agenda econômica esvaziada” reforçou a postura defensiva dos investidores às vésperas da “superquarta”. Os feriados de quinta-feira, tanto no brasil quanto nos Estados Unidos, ampliaram essa aversão ao risco. No cenário doméstico, a instabilidade política em torno da proposta de mudança no imposto sobre Operações Financeiras (IOF) continua a limitar a recuperação do ibovespa, que enfrenta dificuldades para romper de forma consistente a barreira dos 140 mil pontos.

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