Diante de um cenário de crescente tensão no oriente médio que já se arrasta por três dias, Donald trump emerge como uma figura central nas discussões internacionais. O presidente norte-americano anunciou que estava ciente dos recentes ataques israelenses, enfatizando que estava em constante comunicação sobre a situação, porém reafirmou de maneira categórica que “os EUA não estiveram envolvidos diretamente” nas ações militares. Mais significativo ainda foi seu veto a uma possível operação para assassinar o aiatolá Khamenei, afirmando que até o momento nenhum cidadão americano havia perdido a vida, destacando que um ataque de tal magnitude seria “uma escalada inaceitável”.
Embora a sua retórica permaneça impactante, trump elogiou as ofensivas israelenses, descrevendo-as como “excelentes”, e alertou a República Islâmica, afirmando que “poderíamos pôr fim a esse conflito sangrento” se algum cidadão americano fosse atacado. Ele também recordou seu histórico nas negociações de paz, sugerindo que um entendimento entre israel e Irã poderia ser alcançado em breve, semelhante ao que aconteceu no passado entre Índia e Paquistão.
Essa complexa situação gera divisões até mesmo entre seus aliados políticos no Congresso. O líder republicano no senado, John Thune, exigiu respostas militares imediatas caso haja um ataque contra cidadãos americanos, frisando em uma entrevista na “Fox News Sunday” que os EUA usariam “toda a sua força” se teerã decidisse atacar a América. Em contrapartida, o senador Rand Paul criticou qualquer forma de intervenção militar, afirmando que “não cabe aos EUA se envolver neste conflito”.
As divergências dentro do Partido Republicano são palpáveis: enquanto uma facção defende um apoio irrestrito a israel, combinando uma retórica de beligerância com um aumento das forças armadas na região, outro grupo, identificado com a bandeira “America First”, representado por figuras como Tucker Carlson, Marjorie Taylor Greene e Rand Paul, pressiona para que trump evite arrastar os EUA para uma guerra prolongada.
Neste contexto, trump continua a trilhar seu labirinto estratégico. Ele reativou a campanha de “máxima pressão” sobre o Irã, implementando sanções severas e enviando sistemas de defesa aérea para a área, tudo isso sem autorizar o envio de tropas terrenas ou ataques diretos. Ao mesmo tempo, vetou a operação para eliminar Khamenei, mas incitou israel a intensificar os ataques contra as instalações nucleares e posições militares iranianas, enquanto permanece aberto a negociações indiretas.
A pressão interna sobre trump para manter a base de apoio dos eleitores maga (Make America Great Again) é intensa, especialmente em um momento em que a economia dos EUA corre o risco de oscilar devido a choques nos preços do petróleo, frequentemente provocados por conflitos na região. As próximas 48 horas serão cruciais. Se o Irã realizar ataques a bases ou cidadãos americanos, trump já indicou que os Estados Unidos responderiam com toda sua força. Por outro lado, se a escaramuça se restringir apenas aos confrontos entre israel e Irã, ele pretende buscar uma solução diplomática para diminuir as tensões, possivelmente através de um encontro no G7, a fim de evitar que os EUA sejam absorvidos por um conflito mais amplo.
Contudo, essa estratégia é repleta de riscos. Um míssil desviado ou um ataque deliberado a interesses americanos pode facilmente levar o país a um caminho de conflito direto, um temor constante da ala isolacionista do partido. Assim, Donald trump, com sua mistura de bravata, decisões cautelosas e uma diplomacia rápida, encontra-se mais uma vez à frente de um redemoinho de incertezas, equilibrando um delicado ato entre a contenção e o conflito. As consequências das suas escolhas políticas e as reações subsequentes não apenas moldarão a atual crise, mas também terão repercussões duradouras para a posição dos EUA na política global.