São Paulo – Na terça-feira, 17 de setembro, os principais candidatos à prefeitura de São Paulo se reuniram novamente para um debate promovido pela RedeTV/UOL, apenas dois dias após o tumultuado episódio da cadeirada protagonizada por José Luiz datena (PSDB) em pablo marçal (PRTB). Este segundo encontro foi marcado por um clima tenso, recheado de ofensas e ataques, mas com uma mediação mais rigorosa, que buscou conter a escalada de hostilidade.
Para garantir que o debate fosse conduzido de forma civilizada, a organização tomou medidas drásticas. As cadeiras no estúdio foram parafusadas ao chão, e durante os intervalos, um segurança ficou posicionado atrás do púlpito de cada candidato. Além disso, os participantes foram vetados de sair de seus lugares ou de se comunicarem fora dos momentos destinados às perguntas. Para evitar que as hostilidades se intensificassem, os microfones eram desligados automaticamente ao final do tempo de fala.
Logo no início do debate, a mediadora Amanda Klein se viu obrigada a intervir quando o prefeito Ricardo nunes (MDB) e marçal começaram a trocar ofensas de forma exaltada. Nesse momento, Klein ameaçou suspender ambos, reiterando a necessidade de respeito durante a discussão. marçal, em particular, fez alusão ao boletim de ocorrência registrado pela primeira-dama contra nunes, o que adicionou mais combustão ao already acalorado debate.
O candidato pablo marçal recebeu advertências por tentar referir-se aos seus oponentes usando apelidos pejorativos. Ele não hesitou em continuar atacando tanto o prefeito quanto datena. Por sua vez, nunes optou por não se referir a marçal pelo sobrenome, chamando-o apenas de “Pablo Henrique”. Infelizmente, as propostas políticas dos candidatos ficaram mais uma vez em segundo plano, com muitos deles priorizando ofensas ao invés de abordar questões relevantes para os eleitores paulistanos. Isso resultou em um número significativo de pedidos de direitos de resposta.
A reportagem registrou 16 pedidos de resposta apenas dos candidatos do sexo masculino, enquanto as candidatas femininas, tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo), não fizeram nenhum pedido. Dos direitos de resposta concedidos, três foram para marçal, dois para nunes, dois para datena, e um para Boulos, evidenciando o ambiente turvo e competitivo do debate.
Em termos de proposta, nunes focou especialmente na mobilidade urbana, mencionando a implementação da “faixa azul” para motociclistas e a introdução de tarifa zero para mães que tenham filhos em creches. Por sua vez, Boulos concentrou sua atenção em questões relacionadas à saúde pública, e datena fez ênfase em segurança pública.
Logo em sua primeira fala, após o tumulto anterior, datena expressou seu descontentamento com o ocorrido no debate anterior, afirmando: “Aprendi a honrar minha família até a morte”. Ele sinalizou sua disposição para dialogar, apesar do clima hostil. Contudo, marçal não poupou esforços para confrontá-lo, insinuando um comportamento violento e comparando-o a um “orangotango”, além de acusá-lo de tentativa de homicídio pela ação da cadeirada.
A tensão entre os candidatos se intensificou ainda mais quando Marina Helena tentou atacar tabata Amaral. Ela questionou a candidata do PSB sobre o uso de jatos particulares para visitar o prefeito de recife, joão campos (PSB), acusando-a de elitismo. Em defesa, tabata negou a acusação e anunciou sua intenção de processar Marina por difamação.
Nesse debate, marçal também se expôs ao citar uma tragédia familiar de tabata, o que gerou uma resposta emocional. marçal admitiu que ultrapassou os limites, pedindo desculpas à candidata enquanto tentava se justificar. O influenciador também direcionou críticas a Boulos, referindo-se a um episódio passivo em que o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), liderado por Boulos, depredou um prédio na Avenida Paulista. Boulos, por sua vez, manteve uma postura serena e se recusou a se deixar levar pelas provocações, fazendo referência à violenta dinâmica do debate anterior.
Estando no quinto debate entre os principais candidatos à prefeitura de São Paulo, este encontro destacou uma escalada nas tensões eleitorais. Fazem parte dessa corrida Ricardo nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSol), pablo marçal (PRTB), tabata Amaral (PSB), José Luiz datena (PSDB) e Marina Helena (Novo), todos buscando conquistar o eleitorado em um cenário cada vez mais acirrado e polarizado. A dinâmica do debate sugere que, à medida que as eleições se aproximam, as estratégias de ataque e defesa continuarão a dominar as interações entre os candidatos.