Uma força-tarefa liderada pela Secretaria de Segurança Pública do distrito federal (SSP-DF) foi instaurada para investigar os atos criminosos associados ao incêndio que afeta o Parque Nacional de Brasília. As investigações estão em andamento e indicam a presença de ações intencionais, com a identificação de suspeitos já em andamento. Essa decisão foi resultado de uma reunião ocorrida na última segunda-feira, dia 16, no Palácio do Buriti, que contou com a presença do governador Ibaneis Rocha e da vice-governadora Celina Leão, além de representantes de diversas instituições envolvidas no combate às chamas, como o Corpo de bombeiros Militar do DF, o Brasília Ambiental e a Secretaria do Meio Ambiente (Sema).
Durante essa reunião, foi determinado que os bombeiros do DF que estavam atuando em outras regiões do Brasil retornariam imediatamente para fortalecer a resposta aos incêndios florestais em Brasília. A atuação consolidada do Governo do distrito federal (GDF) agora conta com aproximadamente 1,5 mil profissionais, somando esforços de diferentes órgãos como Brasília Ambiental e Sema, todos empenhados na contenção e nos esforços para controlar as chamas que ameaçam a biodiversidade local.
A vice-governadora Celina Leão enfatizou a gravidade da situação, destacando que as queimadas são resultantes de ações humanas. “Estamos enfrentando o problema causado por pessoas que intencionalmente iniciam incêndios em áreas florestais. Sob a orientação do governador Ibaneis Rocha, todos os indivíduos envolvidos serão responsabilizados por essas ações que configuram crimes ambientais”, afirmou. A fala da vice-governadora ressalta a seriedade do compromisso do governo em aplicar medidas rigorosas contra os infratores.
O coordenador de Manejo Integrado do fogo do ICMBio, João Paulo Morita, também comentou sobre as causas do incêndio, sugerindo que a falta de nuvens e as altas temperaturas aumentam a suspeita de que o fogo tenha sido iniciado de maneira criminosa, uma vez que a única forma de ignição natural seria por raios, uma possibilidade pouco provável no contexto atual.
A reunião no Palácio do Buriti serviu não apenas para traçar diretrizes de combate, mas também para alinhar esforços entre os diferentes setores governamentais. Rôney Nemer, presidente do Brasília Ambiental, declarou que a maior prioridade do GDF é controlar o fogo rapidamente e descobrir a identidade dos responsáveis pelas queimadas. “Estamos intensificando nossas ações para conter o avanço das chamas. O secretário de Segurança Pública irá estabelecer contato com a Polícia Federal para investigar e punir aqueles que estão provocando incêndios nas nossas unidades de conservação”, destacou.
A colaboração da população é fundamental neste momento crítico. O GDF está orientando os cidadãos a denunciar focos de incêndio imediatamente. Para denúncias em flagrante, os moradores devem chamar o número 190; para denúncias anônimas, o número é 197; e para informações sobre incêndios e acionamento do Corpo de bombeiros, o contato é 193.
O combate aos incêndios no Parque Nacional de Brasília está sendo realizado através de uma operação coordenada que envolve o Corpo de bombeiros do DF, o Instituto Brasília Ambiental, o ICMBio e o Prevfogo do Ibama. No total, 93 combatentes estão engajados na contenção do incêndio que, até agora, devastou cerca de 700 hectares da área. Os esforços incluem ações terrestres e aéreas, com o uso de um helicóptero e um avião especializado em combate a incêndios.
O incêndio teve início por volta das 11h30 do último domingo, próximo ao Córrego do Bananal, e a rápida propagação foi facilitada pelo clima seco e as altas temperaturas, características do período de estiagem que o distrito federal enfrenta. Atualmente, as equipes dividem-se em três pontos críticos para tentar controlar os focos de incêndio. O coronel do CBMDF, Marcos Rangel, ressaltou que estão fazendo o possível para conter o fogo, contando ainda com um contingente de 500 bombeiros prontos para atuar conforme necessário.
O Parque Nacional de Brasília, uma importante unidade de conservação, foi criado em 1961 e abriga uma vasta biodiversidade, além de ser responsável por bacias que abastecem a represa Santa Maria, fonte de água potável para a região. Diante da deterioração da qualidade do ar provocada pela fumaça dos incêndios, a Secretaria de Educação optou por dar autonomia às escolas para suspender as aulas, priorizando a segurança de alunos e professores.
Frente à gravidade da fumaça que cobriu várias áreas do DF, o governo está em processo de aquisição de novos equipamentos para monitorar a qualidade do ar. Segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de chuvas para os próximos dias, o que aumentará o risco de novos incêndios, dado que o clima quente e seco deve prevalecer. Ao longo desse processo, o apoio da população, evitando o uso do fogo em áreas abertas e reportando qualquer foco de incêndio, é crucial para minimizar o impacto dos incêndios na região. A operação contra as queimadas é intensa e envolve múltiplas frentes, buscando preservar a integridade ambiental e a segurança da população.