são paulo — Uma recente pesquisa realizada pela Faculdade de saúde Pública da Universidade de são paulo (USP) revelou informações alarmantes sobre a poluição do ar que afeta a população da cidade durante seus deslocamentos em diferentes meios de transporte. De acordo com o estudo, os corredores de ônibus na zona oeste de são paulo apresentam a maior concentração de poluentes, com uma média de 10 microgramas por metro cúbico (µg/m³). Logo após, as zonas norte e sul se destacam com uma concentração de 8 µg/m³, enquanto a zona leste registra a menor média, com 7 µg/m³.
Os pesquisadores da USP utilizaram equipamentos de última geração, como contadores de partículas a laser e aparelhos de GPS instalados em veículos, para medir a exposição dos motoristas e passageiros aos poluentes em diversas rotas e em horários variados. Essa abordagem inovadora permitiu uma análise detalhada dos níveis de material particulado presentes no ar, destacando preocupações com a saúde pública.
Um dos principais poluentes rastreados durante o estudo foi o carbono negro, uma forma de material particulado encontrada nas quatro zonas da capital paulista. O carbono negro, também conhecido popularmente como fuligem, é formado por partículas finas resultantes da queima incompleta de combustíveis fósseis, oferecendo riscos significativos à saúde respiratória das pessoas expostas.
Além dos ônibus, os interiores de veículos particulares também foram identificados como locais críticos, com alta concentração de carbono negro. O metrô, embora considerado uma opção de transporte mais limpa, também apresentou níveis preocupantes deste composto poluente. A coleta de dados revelou que mais de 70% do carbono negro que os paulistanos respiram provêm de queimadas, conforme relatado por Thiago Nogueira, professor do Departamento de saúde Ambiental da Faculdade de saúde Pública. Essa estatística acende um alerta para a necessidade de intervenções que possam mitigar a poluição do ar, principalmente em um cenário de ocupação urbana crescente.
No que diz respeito às condições meteorológicas, a previsão do tempo indica mudanças significativas para são paulo. Depois de um período marcado por temperaturas elevadas e baixa umidade, a cidade deve enfrentar chuvas nos dias 15 e 16 de setembro. Há a possibilidade de ocorrência de “chuva preta”, fenômeno caracterizado pela queda de fuligem e poluentes dispersos no ar, resultado da combinação entre as chuvas e a intensa poluição atmosférica.
Conforme informações da Climatempo, uma frente fria está se aproximando, trazendo consigo ventos moderados a fortes, o que pode aumentar a quantidade de fumaça no estado. A frente fria deverá atravessar a cidade entre o domingo e a segunda-feira, possibilitando chuvas em várias regiões, incluindo o litoral, a Grande são paulo e diversas áreas do interior. Apesar de não se prever que a chuva será generalizada ou que tenha uma duração prolongada, há a expectativa de que alguns locais possam enfrentar precipitações intensas.
Um episódio de “chuva preta” já foi relatado na zona oeste da capital, próximo à divisa com Osasco, e o interior de são paulo, que tem sofrido com queimadas extensas, poderá ser ainda mais impactado por esse fenômeno. As imagens captadas por satélites meteorológicos ilustram bem a situação, mostrando densas plumas de fumaça que emergem de grandes concentrações de focos de incêndio.
Diante desse cenário, é crucial que a população esteja ciente dos riscos associados à inalação de poluentes, especialmente para aqueles que habitam áreas mais afetadas. Assim, é recomendável a adoção de medidas de precaução, como evitar atividades físicas ao ar livre em períodos de alta poluição e utilizar proteções adequadas quando necessário. Além disso, é fundamental que os órgãos públicos intensifiquem ações em prol da melhoria da qualidade do ar e da saúde ambiental, promovendo um ambiente mais seguro e saudável para todos os cidadãos da metrópole paulista.