Expressões Artísticas e Reflexão Ambiental
O “2º Encontro Cunhatã Cerratense – Arte, Educação e Natureza na Primeira Infância” vem gerando um verdadeiro movimento cultural em diversas regiões administrativas do Distrito Federal. Com uma programação diversificada e cheia de atividades enriquecedoras, o evento, iniciado no último dia 3 e que se estende até domingo (9/11), inclui oficinas, rodas de conversa e apresentações artísticas que têm cativado educadores, crianças e suas famílias.
Idealizado pela coreógrafa e diretora Andrea Jabor e pela cantora e arte-educadora Isabella Rovo, que faz parte do grupo Camerata Caipira, o projeto busca conectar o público com as expressões culturais e a biodiversidade do Cerrado por meio de experiências artísticas, formativas e ambientais.
Uma Conexão com o Cerrado
O conceito de “Cunhatã Cerratense” remete à língua tupi-guarani, onde “cunhatã” significa “menina”, e “cerratense” é um adjetivo utilizado pelo historiador Paulo Bertram para descrever os habitantes da região. Essa nomenclatura carrega a proposta do encontro de unir práticas artísticas e educativas com uma reflexão profunda sobre a natureza, promovendo a conexão entre infância, arte e meio ambiente.
Isabella Rovo destaca que o Cerrado ocupa a segunda posição entre os biomas brasileiros com o maior número de espécies ameaçadas de extinção. “O nome traz uma filosofia de cuidado e de ligação com a terra e as origens desde os primeiros anos de vida”, explica ela.
Uma Semana de Atividades Inspiradoras
Desde o início do evento, diversas escolas públicas em Sobradinho, Paranoá e Taguatinga foram palco de apresentações do espetáculo “É o Bicho!”, da Camerata Caipira. Este espetáculo, que tem conquistado crianças e educadores com suas músicas e histórias baseadas na fauna do Cerrado, é apenas uma das muitas ações que incluem oficinas voltadas para educadores, conduzidas por Andrea Jabor e Isabella Rovo, com o intuito de integrar corpo, música e natureza nas práticas pedagógicas.
Na quinta-feira (6/11), o evento promoveu uma roda de conversa na Escola Técnica de Brasília (ETB), onde artistas e pesquisadores trocaram ideias e saberes sobre cultura popular, infância e meio ambiente. Participaram do encontro profissionais renomados, como Maria Eugênia Tita do Instituto Brincante, Tico Magalhães, Nicolas Behr e Luciana Meireles, proporcionando um rico intercâmbio de experiências.
Imersão na Natureza e Espetáculos Abertos
A programação continua nesta sexta-feira (7/11), às 9h, com uma vivência ambiental no Parque do Cortado, em Taguatinga. Sob a orientação do biólogo Rogério Dias e do poeta Nicolas Behr, a atividade visa uma imersão na vegetação nativa do Cerrado, estimulando a reflexão sobre o papel da natureza na formação das crianças.
O público geral também poderá desfrutar das apresentações do espetáculo “É o Bicho!” a partir de sexta-feira. O grupo Camerata Caipira se apresentará no Alameda Shopping, dentro do Festival Taguatinga Plural, às 15h. No sábado e domingo (8 e 9/11), as apresentações serão realizadas no Túnel do SESI Lab, em Brasília, sempre às 11h, com entrada gratuita.
A proposta do espetáculo é mesclar ritmos tradicionais brasileiros com elementos da fauna do Cerrado, criando uma experiência que encanta tanto as crianças quanto os adultos. Segundo Andrea Jabor, a intenção é proporcionar uma vivência sensorial que desperte a consciência sobre a importância de cuidar e preservar as espécies que habitam o Cerrado.
Isabella Rovo também ressalta a diversidade da fauna do bioma e a necessidade de ações respeitosas para garantir sua sobrevivência. “O espetáculo convida as famílias a refletirem sobre o papel do ser humano na preservação das espécies e do meio ambiente”, afirma.
Ampliação do Acesso ao Conhecimento
Além das atividades presenciais, o projeto contará com uma Prosa Virtual, onde os educadores Bia Jabor e Roquinho discutirão práticas que unem arte, educação e natureza. Esse conteúdo, bem como a gravação da roda de conversa, será disponibilizado no canal do YouTube @cameratacaipira, na playlist Cunhatã Cerratense, no final de novembro, junto a vídeos da primeira edição do evento, realizada em 2024.
Conexão entre Infância e Natureza
Para as idealizadoras, o Encontro Cunhatã reforça a importância de conectar a primeira infância às dimensões culturais e ambientais do Cerrado. “Mais do que um evento, é um espaço de troca e formação que estimula novas formas de ver e ensinar”, conclui Andrea Jabor.
